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Na altitude da Bolívia, Brasil perde a sua invencibilidade

Folha Online

A invencibilidade de 19 partidas do Brasil esbarrou na altitude, o maior adversário do Brasil nas últimas edições das eliminatórias da Copa do Mundo. A 3.600 metros do nível do mar, o time de Dunga perdeu por 2 a 1 para a Bolívia, neste domingo, em La Paz.

A última derrota da equipe pentacampeã mundial aconteceu há quase um ano e quatro meses atrás. No dia 15 de junho de 2008, a seleção foi derrotada pelo Paraguai, ainda pelo primeiro turno do torneio qualificatório.

De lá para cá, o time nacional acumulou vitórias contra seleções de primeiro escalão, como Portugal, Argentina e Itália, venceu a Copa das Confederações e se classificou antecipadamente, e sem grandes problemas, para o Mundial da África do Sul.

O único obstáculo que a seleção de Dunga não conseguiu superar foi a já tradicional altitude. Desde que as eliminatórias sul-americanas ganharam o formato atual, na competição classificatória para 2002, o Brasil é o único país que não ganhou ao menos um jogo disputado a mais de 2.500 m.

Além da dificuldade histórica na altitude, a equipe não contou neste domingo com vários titulares. Os zagueiros Lúcio e Juan foram cortados por contusão, enquanto o volante Felipe Melo e o atacante Robinho nem convocados foram para a última rodada dupla das eliminatórias.

O volante Gilberto Silva, o meia Kaká e o atacante Luís Fabiano, todos titulares, foram chamados, mas ficaram em Campo Grande, o Brasil encerra na quarta sua participação na competição, contra a Venezuela.

Em sua última partida, a seleção tentará assegurar o título simbólico das eliminatórias. Atualmente, o time nacional soma os mesmos 33 pontos do Paraguai, que leva desvantagem nos critérios de desempate. O Chile, que tem 30, também já está classificado para a Copa.

O jogo

Aproveitando-se da altitude e do desentrosamento de uma remontada equipe brasileira, a Bolívia teve a chance de abrir o placar aos 5min. Arce interceptou um chute de média distância, ficou com a bola e finalizou. O goleiro Júlio César saiu rápido do gol e conseguiu defender.

Cinco minutos depois, a equipe da casa conseguiu marcar. Olivares aproveitou cobrança de escanteio e saída equivocada de Júlio César, que ficou no meio da área, para subir livre de marcação e cabecear para o gol.

Com dificuldades em campo e dominada pela Bolívia, a seleção só conseguiu chegar com perigo aos 20min, quando o estreante Diego Souza recebeu passe de Nilmar, ficou na frente do goleiro Arias, mas chutou cruzado para fora.

Só que o lance brasileiro foi exceção em um primeiro tempo quase todo boliviano. A vantagem foi ampliada aos 31min, em uma bela cobrança de falta do atacante Marcelo Moreno, que teve passagem pelo Cruzeiro, no Brasil.

Outra exceção aconteceu aos 36min e teve Daniel Alves como protagonista. O lateral-direito do Barcelona, hoje escalado no meio-campo, teve espaço para chutar da intermediária e acertar a trave. No rebote, Adriano finalizou mal.

O centroavante do Flamengo sentiu uma contusão no fim do primeiro tempo e não voltou para a segunda etapa. No lugar de Adriano, entrou Diego Tardelli e Alex substituiu Diego Souza no intervalo.

O segundo tempo começou bem menos movimentado do que o primeiro. O Brasil não encontrava força para buscar a reação, enquanto a Bolívia parecia satisfeita com o resultado.

Dunga fez sua terceira alteração aos 22min, colocando Elano em campo na vaga de André Santos. Assim, Daniel Alves foi deslocado mais uma vez para a lateral esquerda.

Três minutos depois da substituição, a seleção conseguiu diminuir. Maicon iniciou contra-ataque veloz no campo de defesa brasileira, que terminou com o próprio lateral cruzando para cabeçada letal de Nilmar.

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