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Sarney se compromete a criar CPI do MST na quarta-feira, diz oposição

Folha Online

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), se comprometeu com líderes da oposição a convocar na próxima quarta-feira uma sessão do Congresso, na qual deve ser lido o requerimento que pedi a criação de uma CPI mista (com deputados e senadores) para investigar repasses do governo para entidades ligadas ao MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra).

Sarney teria ligado para o líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), e avisado que não vai dificultar a instalação da CPI. A Secretaria Geral do Congresso ainda não confirma a sessão conjunta da Câmara e do Senado.

Com a promessa de Sarney, a oposição deve protocolar o requerimento pedindo a investigação na terça-feira. A estratégia dos oposicionistas é evitar que o governo mobilize os deputados da base aliada para que retirem assinaturas o que levaria, pela segunda vez, a criação da CPI.

Na Câmara, DEM e PSDB conseguiram reunir até mais de 190 deputados favoráveis à CPI --dentro do mínimo necessário de 171. No Senado, a oposição já colheu 35 assinaturas à comissão, oito a mais que o mínimo previsto pelo regimento da Casa.

Para que a CPMI seja instalada é preciso ainda que o presidente do Congresso, leia o requerimento em plenário para que os partidos comecem a indicar seus representantes. A comissão vai ser composta com 12 senadores e 12 deputados e o governo deve ter maioria, podendo controlar os principais cargos da comissão, ocupando a presidência e relatoria.

A oposição suspeita que ao menos R$ 115 milhões tenham sido desviados pelo movimento de convênios com o governo. Uma das linhas de investigação será em cima do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) de São Paulo. Três coordenadores dos núcleos de apoio do órgão no Pontal do Paranapanema exerceram funções na Cocamp uma cooperativa criada pelo MST que é alvo de investigação da polícia por mau uso de recursos públicos.

A proposta de CPI ganhou força no Congresso depois da invasão, por integrantes do MST, da fazenda Santo Henrique, na divisa dos municípios de Iaras e Lençóis Paulista, em São Paulo, que resultou na destruição de parte do laranjal da propriedade.
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