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Notícias / Ciência & Saúde

Conferência discute soluções para problemas de saúde e meio ambiente

Da Redação - Thalita Araújo

Nesta quarta e quinta-feira acontece em Cuiabá, no Centro de Eventos do Pantanal, a 1ª Conferência Estadual de Saúde Ambiental, com o propósito de criar diretrizes para a formulação de políticas públicas que contemplem, conjuntamente, essas duas áreas, a saúde e o meio ambiente.

O coordenador geral da Conferência Nacional de Saúde Ambiental (CNSA), Guilherme Franco Netto, está na capital para acompanhar as discussões locais. Em entrevista ao Olhar Direto, ele explica como é de fundamental importância que esses dois temas sejam tratados de maneira interligada. “Grande parte dos problemas de saúde têm relação com o meio ambiente”, diz Netto.

Nos primeiros meses do ano houve uma rodada de conferências municipais. Agora, acontecem as estaduais, e Mato Grosso é o nono estado a realizar o evento. Em dezembro haverá a grande etapa nacional, na qual os Estados enviarão seus representantes e propostas.

Guilherme explica que as discussões são voltadas para três grandes dimensões. A primeira delas é mais voltada às questões de estrutura, como subdesenvolvimento do saneamento básico, manejo de resíduos sólidos, precariedade de habitação e todo tipo de problemas de infraestrutura inadequada.

“Mais de 70% dos brasileiros vivem em condições precárias. Tudo isso gera problemas de saúde, tanto físicos quanto mentais”, conta o coordenador, citando como exemplo o alto índice de crianças que ainda morrem com diarréia, contraída, principalmente, por conta da má qualidade do meio.

A segunda esfera de assuntos que norteia as discussões da conferência é a poluição, em todas suas possibilidades, seja do ar, da terra, da água. Especificamente em Mato Grosso discute-se bastante a questão das queimadas, que tanto causam problemas respiratórios à população, e também a exposição aos agrotóxicos utilizados nas lavouras.

A terceira dimensão diz respeito à repercussão da saúde pública dos problemas anunciados pelas mudanças climáticas pelas quais o mundo vem passando e vai passar. “Pode surgir um desequilíbrio ambiental, o que pode afetar muito a saúde da população”, alerta.

Guilherme faz uma avaliação bastante positiva das conferências que já aconteceram, ressalta a surpreendente participação da sociedade e afirma que a grande contribuição da ação é a possibilidade de entendimento do processo de maneira sistêmica. “E não apenas tratar os problemas de maneira pontual. É buscar, e tratar, a origem deles”, resume.
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