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PT diz que Yeda tenta sensibilizar opinião pública com autovitimização

Folha Online

O vice-líder da bancada do PT na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, Raul Pont, afirmou nesta quarta-feira que a governadora tucana Yeda Crusius está apelando para a autovitimação para sensibilizar a opinião pública.

Ontem, a Assembleia arquivou o pedido de impeachment contra a tucana com 30 votos favoráveis e 17 contrários. Hoje, durante entrevista, Yeda afirmou que não existe nenhuma prova contra ela.

"Este é o encerramento de um período muito difícil para nós e para a sociedade. Com ataques contínuos, a oposição lançou dúvidas à sociedade que precisavam ser esclarecidas. Aguardei com muita serenidade a verdade chegar. Sofri muitas vezes em silêncio. Por confiar na Justiça, sabia que ela prevaleceria", disse.

Para Pont, o resultado da votação do pedido de impeachment era o esperado pela sociedade, já que o governo detém a maioria na Assembleia Legislativa, e não significa, "de forma alguma", que as suspeitas de participação da governadora em fraudes tenham sido afastadas.

"O arquivamento aconteceu a despeito das inúmeras evidências que mostram que, no mínimo, a governadora se omitiu em relação ao esquema montado no Detran", afirmou.

O parlamentar disse ainda que há várias versões para a compra da casa da governadora. Yeda admitiu hoje que errou ao comprar a casa após as eleições de 2006, quando venceu a disputa no Estado. Ela disse que não vai vender o imóvel, que é seu único patrimônio, e ressaltou que o Ministério Público já atestou a transparência da negociação.

A casa da governadora foi comprada no dia 6 de dezembro de 2006, 37 dias depois do segundo turno das eleições. Segundo certidão do Cartório de Registro de Imóveis da 4ª Zona de Porto Alegre, custou R$ 750 mil. Em 18 de outubro de 2007, foi alienada no Banrisul (Banco do Estado do Rio Grande do Sul) para garantir um empréstimo de R$ 50 mil tomado pela governadora. O imóvel, localizado numa zona nobre da capital gaúcha, tem 467 metros quadrados de área construída.

"Agora, a governadora diz que pagou RS 500 mil pelo imóvel, ou seja, R$ 50 mil sumiram da transação. E que o restante foi parcelado, contradizendo duas versões anteriores: uma que apontava para a contratação de um empréstimo e outra para o pagamento de R$ 550 mil", disse Pont.

Para o deputado, não há vitórias para a governadora e sua base. "A menos que considerem a fraude no Detran, a fraude do relatório que concluiu pelo arquivamento do impeachment e a fraude apurada pela Operação Solidária motivos para celebrações."
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