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Perillo diz que Lula é rancoroso e perde chance de ser um estadista

Folha Online

O vice-presidente do Senado, Marconi Perillo (PSDB-GO), reagiu nesta quinta-feira às declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista à Folha. Segundo o tucano, o presidente é rancoroso e perde a chance de ser um estadista.

"Ele é uma pessoa rancorosa que não se enquadra na figura de um estadista. Ele está desesperado para eleger a sucessora [ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff]. Em nenhum momento pensei em assumir o Senado, não sou golpista", afirmou Perillo.

na entrevista à Folha, ao ser questionado sobre o motivo pelo qual não abandonou o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) durante a crise na Casa, o presidente Lula disse que Perillo não era uma pessoa que dava mais garantia ao Estado brasileiro do que o peemedebista.

Perillo disse que não recebeu a afirmação como uma crítica mas como um elogia, porque o presidente é "acostumado a lidar com políticos cooptáveis, de personalidade fraca". "Eu não sou ludibriado. Não caio no canto da sereia", afirmou.

"Esse tipo de entrevista, para um presidente, é infeliz. Ele mostra o desejo de comandar todos os Poderes. Ele critica a imprensa, o Judiciário, o TCU [Tribunal de Contas da União], a igreja e até o Ministério Público, sem respeitar os direitos constitucionais. O presidente tem que ter cuidado com o que ele fala. Ele chefe de um Poder mas está perdendo a liturgia do cargo", afirmou o senador.

Perillo ressaltou que o PSDB fez uma "oposição política" no caso Sarney e que não ultrapassou os limites como vice-presidente, porque se assumisse o comando da Casa, teria que convocar uma nova eleição.

"O presidente Lula precisa aprender a fazer uma oposição política e não pessoal. Eu jamais atrapalharia a relação entre os Poderes, mas não aceitaria não ser independente", disse.

Perillo disse ainda que nunca teve problemas pessoais com o presidente, mas admitiu que teve problemas no caso do mensalão, na votação da CPMF e na criação da CPI da Petrobras. "Mas foram todas questões políticas, e nada do lado pessoal. O presidente está desperdiçando a oportunidade de ser um grande estadista e de ter uma relação política com o Congresso e com a oposição", afirmou.
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