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Ministério Público pede prisão preventiva de envolvidos em morte de membro do Afroreggae

ABr

O Ministério Público pediu hoje (23) a prisão preventiva do cabo Marco de Oliveira Salles e do capitão Denis Leonard Bizarro, suspeitos de omissão de socorro no caso da morte do coordenador do Afroreggae Evandro João da Silva. Os dois respondem a um Inquérito Policial Militar (IPM) por omissão de socorro e por não terem prendido os assaltantes, além de terem ficado com o casaco e os tênis da vítima. Evandro foi baleado em um assalto na noite do último domingo (18).

O comandante da Polícia Militar do Rio, coronel Mário Sérgio Duarte, recebeu hoje (23) integrantes do grupo Afroreggae no quartel da corporação. Mais uma vez o militar se desculpou e disse que o fato envergonhava a corporação. “Marcou a sociedade e nos envergonhou. É momento de dor, tristeza e constrangimento”, disse Mário Sérgio, ressaltando que os policiais envolvidos receberão um tratamento disciplinar exemplar. Ele também afirmou que a prisão dos criminosos que fugiram era um compromisso e ponto de honra para a PM.

Ao lado do comandante, o coordenador-executivo do Afroreggae, José Júnior, disse que espera justiça. “Espero que haja punição exemplar e a punição dos assassinos. Não é uma questão de vingança, mas de justiça”, afirmou ele, ressaltando que não culpava a PM pelo crime. "A corporação não é culpada por isso, por causa de dois marginais, criminosos fardados."

O integrante do Afroreggae Anderson Elias dos Santos relatou que foi um dos primeiros a chegar na cena do crime e disse que o coração de Evandro ainda batia, mas que um policial falou que isso era normal e não significava que ele ainda estaria vivo.

Por conta disso, o comandante da PM informou que outros policiais, além do cabo e do capitão, também estão arrolados no IPM, por omissão de socorro. O crime contra o coordenador do Afroreggae foi inicialmente tratado como mais um assalto seguido de morte, mas ganhou novos contornos com as imagens feitas por câmeras de segurança na rua, que registraram a participação do cabo Marco e do capitão Denis.

Eles aparecem abordando dois homens, supostamente os assassinos, e depois levando as roupas da vítima para dentro da viatura, sem prestar socorro ao integrante do Afroreggae, caído na calçada. Com a decretação da prisão preventiva, os dois policiais vão deixar o batalhão onde estão detidos e serão levados para o Batalhão Especial Prisional (BEP), onde poderão ficar presos até o fim do inquérito.
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