A Emater reduziu em 6,9% a previsão de área cultivada com milho no Rio Grande do Sul na safra 2008/09, em relação à esperada inicialmente, o que repercutiu na expectativa de produção. A nova área foi estimada em 1,309 milhão de hectares e a produção, em 4,283 milhões de toneladas, 22% menor que a projeção inicial.
A implantação da lavoura foi prejudicada pela falta de chuvas no final do ano passado. Alguns produtores semearam após o período recomendado, que termina em 20 de janeiro, mas a Emater ainda não tem estimativa sobre esta parcela. Antes de ver a área, a entidade já havia detectado uma quebra de produtividade de 16,9% por causa do clima. O rendimento médio esperado está mantido em 3.272 quilos por hectare, o que é um desempenho razoável, avalia o agrônomo da Emater Dulphe Pinheiro Machado.

As regiões com maior redução de área foram a Central, Missões e Fronteira Noroeste. Se calculada pelo valor atual de mercado, a redução da colheita em 1,2 milhão de toneladas - ante a previsão inicial - representa R$ 420 milhões a menos na renda dos produtores. A estimativa de safra após a quebra de 16,9% já não era suficiente para abastecer o mercado interno, que precisará comprar grão de outros Estados ou importar para suprir sua demanda, principalmente das produções de aves, suínos e pecuária leiteira.

Os produtores gaúchos já encaminharam 13 mil pedidos de Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro). O seguro agrícola é acionado quando as perdas superam 30% ante a média prevista. Deste total de pedidos, 93% são de milho. Na safra passada, foram apresentados 13 mil pedidos de Proagro, a maior parte de soja, comparou Dulphe.

O mês de fevereiro está apresentando chuvas com distribuição irregular, mas pelo menos com alguma frequência. Na média estadual, as chuvas ficaram 57% abaixo do habitual, considerando dados de 13 estações de medição. A safra de milho ainda tem parcelas expressivas de área bastante sensíveis ao clima, entre as quais 13% em floração e 28% em enchimento de grãos.