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Notícias / Agronegócios

Abrafrigo diz que redução no preço do boi não chega ao consumidor

Da Redação/Com Assessoria

Levantamento divulgado nesta segunda-feira pela Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), aponta que a queda nos preços do boi que vem ocorrendo há alguns meses, tanto para o produtor como no atacado, não está chegando ao consumidor final e que, em alguns tipos de cortes, os preços estão sendo elevados e seguindo o caminho contrário. Segundo o levantamento da associação, o preço da arroba do boi, tomando como base o Paraná (Maringá), em 15 de setembro passado atingiu a R$ 88,00 e em 12 fevereiro de 2009 estava cotado a R$ 75,00, com queda de quase 15%.

Nos preços praticados pela indústria (o atacado), houve algum reflexo dessa redução e queda diferenciada nos valores dos cortes. No coxão mole houve redução de 2,6% no quilo do produto entre 15 de setembro e 12 de fevereiro e ele caiu de R$ 7,70 para R$ 7,50. No patinho, a queda foi de quase 20%, com o preço do produto caindo de R$ 7,60 para R$ 6,60. Estes são dois dos cortes mais consumidos no país.

“Na hora destes novos preços serem repassados ao consumidor isso não está acontecendo porque os supermercados, responsáveis pela comercialização de 70% da carne consumida no Brasil, elevaram ou no mínimo mantiveram brutalmente suas margens que eram, em médias históricas, entre 20% e 60% para mais de 100%”, afirma o presidente da Abrafrigo, Péricles Salazar. “E essa situação ocorre em todo o país porque o comportamento geral do varejo é o de realizar alguma promoção chamativa de um único produto e da manutenção de preços elevados em todos os demais cortes”, completa.

Ainda tendo como referência os dois cortes mais consumidos no país - os preços praticados no varejo para o coxão mole, por exemplo, subiram 9,7% no período analisado, saindo de R$ 13,63 o quilo em 15 de setembro para R$ 14,96 o quilo em 12 de fevereiro de 2009; no patinho o comportamento foi idêntico: em 15 de setembro o quilo no varejo valia R$ 12,94 e em 12 de fevereiro de 2009 atingiu R$14,39, acumulando alta de 11,2%.

“Pelo dados obtidos pela Abrafrigo, a margem de lucro do varejo em 15 de setembro passado era de 77% para a comercialização do coxão mole e ela foi elevada para 99% até 12 de fevereiro de 2009; no patinho, a margem que era de 70% em 15 de setembro foi elevada para 121% em 12 de fevereiro de 2009”, explica Péricles Salazar.

“Isto significa dizer que não adianta nada os preços caírem na esfera do produtor se na ponta do varejo não reduzem na mesma proporção para o consumidor. A política de preços praticada pelo grande varejo penaliza toda a cadeia produtiva, especialmente os produtores e os consumidores. Ocorre o mesmo no preço do barril de petróleo que baixou de US$ 104 para menos de US$ 40 hoje e o preço da gasolina na bomba continua o mesmo para o consumidor. Isto é o que está acontecendo na carne”, finaliza Péricles Salazar.
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