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Fundação Sarney devolverá prédio da sede ao governo do Maranhão

Folha Online

A decisão do conselho curador da Fundação José Sarney de fechar as portas por problemas financeiros fará com que a sua sede, o Convento das Mercês, seja devolvido ao governo do Maranhão. O prédio histórico foi doado pelo Estado à fundação em 1990 --antes disso abrigava o corpo de bombeiros e um quartel.

O local reúne o acervo sobre o período em que o atual presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) ocupou a Presidência da República. Segundo assessores do peemedebista, são mais de 200 mil documentos e 37 mil livros doados. Ainda não há previsão sobre o que será feito do material. A expectativa é que parte seja repassada para outra instituição.

A Justiça Federal havia anulado a doação do prédio para a fundação a pedido do Ministério Público Federal no Maranhão. Com isso, invalidou a lei estadual que regulamentou o registro da propriedade. A decisão já determinava que o imóvel fosse reincorporado ao patrimônio público do Estado. Na ocasião, a Fundação recorreu.

A assessoria de Sarney confirmou nesta segunda-feira que a Fundação decidiu fechar as portas, informação antecipada por Mônica Bergamo, colunista da Folha. A fundação teria sido fechada por problemas financeiros depois que foi envolvida na crise política que atingiu o Senado e o presidente da instituição.

Para manter a fundação em atividade, Sarney gastaria, por mês, algo em torno de R$ 70 mil. Com as denúncias os colaboradores e patrocinadores teriam mostrando resistência em manter a instituição funcionando.

Procurado pela reportagem, o presidente da fundação, José Carlos Sousa Silva, disse desconhecer o fato e afirmou que as denúncias contra a fundação e contra Sarney são "preconceito" contra os nordestinos.

Em julho, uma reportagem publicada pelo jornal "O Estado de S. Paulo" informou que ao menos R$ 500 mil dos recursos repassados pela Petrobras para patrocinar um projeto cultural da Fundação Sarney teriam sido desviados para empresas fantasmas e empresas da família do senador.

O dinheiro teria ido parar em contas de empresas com endereços fictícios e contas paralelas. O projeto nunca saiu do papel.
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