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Notícias / Gastronomia

Desde 1970 Fabico Lanches vende salgados conhecidos pela cuiabania

Da Redação - Thalita Araújo

Às 3 horas da manhã é que os três irmãos já começam a colocar a mão na massa. Sem aspas e sem drama. Na massa mesmo: de arroz, de queijo, de empadinha... Selma, Seila e Miguel são os protagonistas dessa história. O cenário, Fabico Lanches, localizado na “Prainha”, em Cuiabá, desde 1970.

Ali, aquele local tão simples e pequeno, pode passar despercebido por muita gente, escondido atrás de uma movimentação sempre intensa de pedestres e ônibus, no centro da capital.

No entanto, aqueles cuiabanos atenciosos com a história da cidade sabem bem o que tem por trás daquela fachada que em nada chama a atenção. Tem história. E um bolo de arroz bem gostoso também.

Antônio Fábio, “Seo” Fabico, era o pai de Selma, Seila e Miguel e fundou oficialmente a lanchonete. “Oficialmente” porque há uns 45 anos a família já vende quitutes. A esposa de Fabico os fazia em casa e as crianças vendiam na rua.

No estabelecimento na Prainha funcionava uma marcenaria, mas quando Fabico ficou meio adoentado e não podia mais trabalhar com madeira, resolveu utilizar o espaço e investir em alimentação.

O que era feito lá na década de 70 é o mesmo de hoje, sem muitas mudanças. Bolo de arroz, bolo de queijo (frito e assado), francisquito, pão de carne com milho verde, bauru caseiro, linguiça empanada, empada de frango e esfirra de carne.

Tudo, absolutamente tudo, é feito no dia de consumo. Nada é congelado. Por isso é que os irmãos “madrugam” no estabelecimento. “Papai não gostava de muita modernidade e muita mudança. Acho que herdamos isso dele”, conta Selma. Certamente alguma tecnologia a mais auxiliaria na cozinha, mas talvez o sabor tão caseiro seja a chave para a durabilidade da lanchonete.

Selma também relembra que sua mãe fazia salgados e quitutes para a Residência Oficial dos Governadores. “Desde o governo de Fernando Corrêa da Costa”, diz. Ainda hoje, muitos clientes conhecidos, principalmente políticos, como os deputados estaduais Roberto França, Gilmar Fabris, João Malheiros e outros, que sempre ligam pedindo uma gostosa encomenda.

Três netos de Fabico também trabalham na lanchonete. Fabiana, André e Fábio. Mas existem dúvidas de que essa terceita geração dê continuidade ao estabelecimento, da maneira como sempre foi. “Essa juventude de hoje não aguenta isso não”, diz Selma, em meio a uma gargalhada, observando que “pegar no pesado” e estar no trabalho todos os dias às 3 da manhã não estimula os jovens de hoje. A sobrinha Fabiana, ao lado, concorda.

Quem quiser fazer um lanche no Fabico pode dar uma paradinha por lá ou levar para casa (também aceita encomenda). Se não estiver sozinho, compensa comer em casa, pois não há muito espaço no local, nem lugar para sentar. Os preços são bastante acessíveis. Os salgados são pequenos e nenhum deles custa mais que R$ 1,80. Um preço muito bom para massas tão frescas e gostosas. O telefone de contato é o 3624-8956. Para nos internautas, também há uma comunidade do site de relacionamentos Orkut.
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