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Notícias / Informática & Tecnologia

Pesquisadores desvendam formação de camadas de plâncton nos mares

New York Times

O oceano pode ser comparado a um enorme parfait. Em vez de homogêneo, ele é feito de camadas de água, nutrientes e organismos. Entre as camadas estão aquelas que contêm grandes concentrações de plâncton. Essas camadas estão geralmente a alguns metros da superfície, com apenas alguns metros de espessura, mas potencialmente com quilômetros de comprimento. Servem como clubes ecológicos, oferecendo comida a outras criaturas. Mas elas também podem ser o cenário de enormes florescências de algas, que causam marés vermelhas tóxicas.

Mas como essas camadas de plânctons se formam é incerto. Num artigo na revista especializada "Science", William M. Durham e Roman Stocker, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, e John O. Kessler, da Universidade do Arizona, mostram que o nado e o formato do plâncton têm sua função. Stocker, que estuda as consequências em larga escala da mobilidade do plâncton, diz que os organismos unicelulares tendem a nadar em direção à superfície durante o dia e para o fundo à noite. Se a água está parada, eles apenas vão para cima e para baixo.

Mas as correntes oceânicas criam camadas de água que se movem mais rápido ou mais lentamente. Na divisão entre duas camadas, ocorrem forças que agem sobre o plâncton, fazendo com que nadem numa direção inclinada e, se as forças são intensas o bastante, fazem-nos cair e girar. Stocker comparou isso a andar com um forte vento em suas costas que o faz se inclinar para frente, até que sopra forte o bastante para girá-lo de ponta-cabeça.

Por não estar mais nadando para cima, o plâncton caindo fica preso nessa fronteira, unido a mais e mais plânctons à medida que eles nadam para cima e para dentro da zona. Quais espécies de plâncton ficam presas, e onde, depende da intensidade das forças e da morfologia do plâncton, diz Stocker. Os organismos que são mais pesados embaixo exigem forças mais altas para descer. A descoberta deve ajudar nos esforços para prever marés vermelhas, diz Stocker.

“Isso aponta a direção correta a oceanógrafos, no que diz respeito a o que eles deveriam medir para prever essas coisas”, continua Stocker. “Eles precisam medir a força vertical, e medir algo sobre a morfologia da célula.”
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