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Deputado Paulo Roberto deve ser investigado pelo Conselho de Ética

ABr

A comissão de sindicância da Corregedoria da Câmara aprovou hoje (4), por unanimidade, o encaminhamento ao Conselho de Ética de representação contra o deputado Paulo Roberto (PTB-RS) por indícios de manter em seu gabinete pelo menos dois funcionários fantasmas. Caberá, agora, à Mesa Diretora, que se reúne amanhã (5), pela manhã, acatar ou não a recomendação da Corregedoria.

De acordo com o corregedor e segundo-vice presidente da Câmara, Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA), a comissão não identificou indícios de participação do parlamentar em irregularidades na comercialização de passagens aéreas com recursos da cota destinada aos deputados. No entanto, a investigação apontou que Paulo Roberto manteve em seu gabinete funcionários sem a comprovação de que eles realmente trabalhavam.

“Não ficou claro qual era a função dessas pessoas no gabinete nem se essas pessoas recebiam de fato salário ou que destino davam ao salário que recebiam”, afirmou ACM Neto. “Como muitos indícios foram verificados o Conselho de Ética precisa verificar se eles são comprováveis e, portanto, se há a quebra de decoro, ou se o parlamentar está dizendo a verdade e não houve irregularidade”, completou o corregedor.

ACM Neto acrescentou que, segundo o relatório da comissão de sindicância, o deputado gaúcho exonerou seu chefe de gabinete, Luiz Gustavo, e em seu lugar colocou dois filhos. “Eles ficaram lotados no gabinete sem a devida comprovação de que estavam trabalhando”, reforçou o corregedor.

A comissão de sindicância foi criada, há cerca de dois meses, para investigar denúncias de venda irregular de passagens aéreas pelos deputados Paulo Roberto e Eugênio Rabelo (PP-CE). O colegiado não encontrou, segundo ACM Neto, nenhuma irregularidade no uso da verba de passagens.

Em relação a Eugênio Rabelo, a sindicância não encontrou provas de que ele tenha cometido irregularidades. Com isso, a comissão aprovou o arquivamento das investigações contra o parlamentar.

Hoje, o corregedor pediu ao presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), a prorrogação dos trabalhos da comissão para continuar as investigações sobre o episódio que ficou conhecido como farra das passagens. Segundo ACM Neto, não é possível afirmar quantos e quais deputados serão investigados.
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