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Famílias de vítimas pedem mais informações sobre queda do voo 447

Reuters

Familiares das vítimas do voo AF 447 da Air France condenaram a falta de transparência na investigação sobre as causas do acidente de 31 maio com o avião que viajava do Rio a Paris, resultando na morte de 228 pessoas.

Cinco meses após o acidente, as causas da tragédia ainda são desconhecidas, e as condições de segurança da companhia aérea francesa estão sendo questionadas.

"Parece que as coisas não avançaram desde julho", disse John Clemes, vice-presidente da associação Ajuda Mútua e Solidariedade AF 447, antes de uma entrevista das famílias com o secretário de Estado para os Transportes francês, Dominique Bussereau.

Um primeiro relatório preliminar do Escritório de Investigações e Análises do governo francês (BEA) foi divulgado um mês depois do acidente, mas foi vago em relação às circunstâncias e responsabilidades. Um novo relatório deve ser divulgado no início de dezembro.

"Faltam respostas por parte do BEA", disse Robert Soulas, que perdeu filha e genro no acidente. "Queremos que o BEA apresente um relatório sobre seus trabalhos, para que haja mais transparência." A associação pediu ao ministro que participe da investigação na condição de observador.

O BEA anunciou no final de outubro que a terceira fase de investigações dos destroços do avião está sendo preparada e deve começar em 2010. Para as famílias das vítimas, está atrasado demais.

Enquanto os inquéritos administrativo do BEA e judicial (da polícia dos transportes aéreos) estão em curso separadamente, as famílias querem pedir ao ministro da Justiça que sejam realizados conjuntamente.

"É deplorável que tenhamos dois inquéritos em paralelo. É o único país do mundo em que isso acontece", disse Robert Soulas.

Acompanhadas por Alain Joyandet, secretário de Estado para a Cooperação, as famílias devem embarcar na sexta-feira para o Rio, onde acontecerá o maior encontro de familiares das vítimas desde o acidente. Um monumento será erguido em homenagem às vítimas, em uma cerimônia oficial, disse John Clemes.

"É provável que seja emocionalmente muito difícil. Quanto à hipótese de um monumento na França, trataremos disso depois da viagem. É possível que seja feita uma cerimônia em 1º de junho de 2010", disse ele.
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