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Suplicy nega que Cesare Battisti tenha iniciado greve de fome

Ansa

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) desmentiu hoje a informação de que o ex-ativista Cesare Battisti, condenado na Itália à prisão perpétua, teria iniciado ontem uma greve de fome.

Na próxima quinta-feira, o STF (Supremo Tribunal Federal) retomará em Brasília o julgamento do caso Battisti, que tem sua extradição pedida pela Itália e recebeu, em janeiro, o refúgio político no Brasil, concedido pelo ministro da Justiça, Tarso Genro.

Capturado no Rio de Janeiro em 2007, ele atualmente está preso na Penitenciária da Papuda, em Brasília. Segundo Suplicy, Battisti está deprimido e tem dificuldade para se alimentar. Ele negou, porém, que o italiano tenha iniciado um jejum voluntário.

O senador revelou ter conversado pessoalmente com o ex-ativista na prisão, que desmentiu a ele próprio a informação de que estaria fazendo greve de fome. Tal notícia havia sido dada ontem por um grupo de solidariedade e apoio ao italiano.

Battisti, relatou Suplicy, tem vomitado muito e consegue ingerir apenas água e alguns pedaços de pão. O italiano foi condenado à prisão perpétua em seu país por quatro homicídios atribuídos a ele ocorridos no fim da década de 1970, quando integrava a organização de esquerda PAC (Proletários Armados pelo Comunismo).

Após fugir de uma prisão italiana, em 1981, ele viveu mais de duas décadas no México e na França e chegou ao Brasil em 2004.

A análise de sua situação foi suspensa pelo STF em setembro, depois que o ministro Marco Aurélio Mello fez um pedido de vista do processo.

Até aquele momento, os ministros Eros Grau, Joaquim Barbosa e Cármen Lúcia haviam solicitado o arquivamento do pedido de extradição.

No entanto, outros quatro membros da corte já se declararam favoráveis à devolução de Battisti para a Justiça italiana. Foram eles o relator do processo, Cezar Peluso, e os ministros Ricardo Lewandowski, Ayres Britto e Ellen Gracie.

Após a retomada da sessão, deverão votar o presidente do STF, Gilmar Mendes, e o recém-empossado José Antonio Toffoli, que antes precisará declarar se se sente ou não impedido de analisar o caso.

Suplicy disse que foi recomendado a Battisti melhorar sua alimentação nos próximos dias ante a possibilidade de que tenha de se apresentar ao STF.

Na visita, Suplicy foi acompanhado do senador José Nery (PSOL-PA) e da ex-prefeita de Fortaleza, Maria Luiza Fontenele, membro do grupo que apoia o ex-ativista.
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