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Enade pergunta se críticas feitas a Lula foram manipulação

Folha Online

Alunos de comunicação social que fizeram a prova do Enade (Exame Nacional de Desempenho do Estudante) no domingo (8) tiveram que responder se críticas feitas pela imprensa ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram preconceituosas ou manipuladas politicamente.

Veja as provas e gabaritos do Enade
A questão 19 da prova aplicada para o curso pedia que os estudantes analisassem a afirmação feita pelo presidente Lula em outubro do ano passado, quando disse que a crise financeira nos Estados Unidos seria um tsunami, mas no Brasil não passaria de uma "marolinha".

Na prova, o nome do presidente é grafado erroneamente --Luís, no lugar de Luiz.

"Agora é a imprensa internacional que lembra e confirma a previsão do presidente Lula", diz o enunciado da questão.

Os alunos, então, são orientados a considerar a "realidade atual da economia no exterior e no Brasil" e julgar, entre cinco alternativas, se houve por parte dos críticos, "atitude preconceituosa", "irresponsabilidade", "livre exercício da crítica", "manipulação política da mídia" ou "prejulgamento".

De acordo com o Ministério da Educação, a resposta correta para a questão é a alternativa "C", que afirma ter havido "livre exercício da crítica" na ocasião. Questionada pela reportagem, a assessoria de imprensa do MEC disse que a questão é absolutamente normal e que não vê conteúdo político, já que a pergunta não elogia nem critica o presidente.

Segundo o MEC, a prova foi elaborada por especialistas indicados pela Consulplan, empresa contratada pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais).

O Enade foi aplicado a mais de um milhão de alunos dos cursos de graduação de administração, arquivologia, biblioteconomia, ciências contábeis, ciências econômicas, comunicação social, design, direito, estatística, música, psicologia, relações internacionais, secretariado executivo, teatro e turismo, além de alguns cursos tecnológicos. O exame é obrigatório para a conclusão do curso.

Em Brasília, estudantes da UnB contrários à realização do exame protestaram na frente de um colégio. Já em São Paulo, alunos do curso de ciências contábeis que fizeram a prova na zona leste da capital reclamavam da proibição do uso da calculadora durante o exame. USP e Unicamp não participam da avaliação por discordarem da metodologia adotada.
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