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Base de Yeda rejeita convocações para depor em CPI

AE

Os deputados da base aliada da governadora Yeda Crusius (PSDB) participaram da sessão da CPI da Corrupção de hoje e rejeitaram quase todos os 28 requerimentos colocados em votação pela presidente Stela Farias (PT).

Usando a maioria de oito votos a quatro que têm na comissão, os parlamentares do PSDB, PMDB, PTB, PP e PPS negaram a convocação de 33 nomes relacionados pela oposição como suspeitos ou testemunhas de irregularidades em licitações e contratos firmados pelo governo do Estado, entre os quais alguns ex-assessores próximos a Yeda, secretários, empresários e parlamentares.

O deputado Adilson Troca (PSDB) explicou que muitos dos convocados já foram à CPI do Detran no ano passado e usaram o direito de ficar calados. Além disso, afirmou que a CPI é uma mera tentativa de fazer vinculações políticas, porque a Polícia Federal já investigou e a Justiça Federal já abriu inquéritos para apurar irregularidades no Detran e nos contratos públicos.

Foram aprovadas apenas as convocações do conselheiro do Tribunal de Contas, Cezar Miola, do procurador-geral do Ministério Público de Contas, Geraldo da Camino, e do contador e auditor-geral do Estado, Roberval da Silveira Marques, para que apresentem sugestões para melhorar o controle das compras e dos contratos do Estado a serem incorporadas ao relatório.

"Aprovaram apenas alguns depoimentos de pessoas que podem falar em tese sobre sistemas de controle, o que também queremos, mas nenhum de envolvidos com as graves irregularidades em licitações e distribuição de propinas a agentes públicos", queixou-se Daniel Bordignon (PT). "Eles não querem investigar".

Logo depois de rejeitar a maioria dos requerimentos, os deputados da situação deixaram a reunião sem atender ao convite da oposição para conhecerem algumas interceptações feitas pela Polícia Federal durante a Operação Solidária. Sozinhos, os parlamentares da oposição ouviram grampos de empresários e secretários de Estado tratando de supostas fraudes em obras públicas, mas não divulgaram o conteúdo, que está protegido por segredo de Justiça.
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