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Eleição da USP é adiada após bloqueio de manifestantes
Folha Online
O segundo turno da votação para a reitoria da USP (Universidade de São Paulo), que deveria ocorrer nesta terça-feira, foi adiado para quarta (11).
Segundo a assessoria de imprensa da reitoria, o motivo do adiamento foi um bloqueio feito por manifestantes, que impediu o acesso dos eleitores ao local de votação. Cerca de 320 pessoas integram o colégio eleitoral, todas membros dos principais conselhos da universidade.
A votação está marcada para as 13h30 de amanhã, em um local diferente do bloqueado nesta terça. O novo local será divulgado apenas aos eleitores, por e-mail, medida prevista em resolução da universidade.
O artigo 21 da resolução 5.802/09 diz: "Se em razão de caso fortuito ou força maior, a votação não puder se realizar na data e horário previstos, a mesma será realizada 24 horas após, em local a ser definido pela Reitora no próprio dia 10 de novembro de 2009 e divulgado por meio eletrônico".
Candidatos
Oito professores concorrem aos votos para integrar uma lista tríplice, de onde será escolhido o próximo reitor da universidade. Caberá ao governador José Serra (PSDB) eleger um entre os três mais votados.
Três dos candidatos recebem apoio declarado, por meio de carta ou abaixo-assinado:
1) Mais votado na primeira etapa, o diretor do Instituto de Física de São Carlos, Glaucius Oliva, recebeu o apoio de 30 membros da Academia Brasileira de Ciências. O filósofo Renato Janine Ribeiro, docente da FFLCH e ex-diretor da Capes, também se manifestou favorável à eleição de Oliva.
2) O diretor da Faculdade de Direito, João Grandino Rodas, é apoiado por três ex-reitores (Guerra Filho, Fava de Moraes e Adolpho Melfi) e ex-ministros (três de Estado, um do Supremo Tribunal Federal e um do Superior Tribunal Militar). Rodas foi o segundo mais votado no primeiro turno.
3) Pró-reitor de pós-graduação, Armando Corbani tem o apoio de membros das comissões de pós-graduação da universidade e de diretores de algumas unidades da instituição. Corbani ficou em terceiro na primeira votação.
Reitora
Oficialmente, a atual reitora, Suely Vilela, afirma que não apoia nenhum dos candidatos. Porém, pessoas próximas a ela e membros do Conselho Universitário (principal órgão da USP) dizem que a reitora pede votos para Oliva e Corbani.
Afirmam ainda que Vilela apoiará um terceiro nome, na tentativa de retirar Rodas da lista tríplice --entre os candidatos com mais chances de vitória, ele é o único que se coloca, nos bastidores, como oposição.
O terceiro escolhido pela reitora deverá ser o pró-reitor de cultura e extensão, Ruy Altafim, que ficou em sexto lugar no primeiro turno.
Mas a estratégia poderá mudar, segundo o andamento da votação (serão até três sessões de escolha, pois os candidatos precisam atingir a maioria dos votos para integrar a lista). Tradicionalmente, o primeiro nome da lista é escolhido pelo governador como o novo reitor da universidade.
Desta vez, fontes no governo e na instituição afirmam que Serra poderá quebrar a tradição, caso vença um candidato apoiado pela reitora. A relação entre os dois ficou ruim desde a invasão da reitoria, em 2007. Serra avaliou que Vilela conduziu mal a crise.