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Votação em blocos pode resultar em cassação

Da Redação - Jardel Arruda

A votação por bloco pode aumentar as possibilidades da cassação do vereador Lutero Ponce (PMDB), que irá a julgamento na próxima terça-feira (17). Para garantir uma orientação partidária, os vereadores Paulo Borges (PSDB) e Toninho de Souza (PDT) pediram agilidade à comissão processante na entrega do relatório que apontará se Lutero Ponce (PMDB) realmente desviou R$ 7,5 milhões durante sua gestão como presidente da Câmara Municipal no biênio 2007/2008.

O prazo para o julgamento acaba na segunda-feira (16), quando vence o prazo de 90 dias de investigações no caso Lutero. Contudo, como nesse dia não há sessão, o prazo se estende até o dia 17. Como o relatório pode ser entregue em qualquer data anterior, podendo ser disponibilizado apenas um dia antes do julgamento, existe a possibilidade de ele ser entregue até o dia 16. É por isso que Borges e Toninho anseiam por velocidade pelos membros comissão.

A prática conhecida como votação por blocos é o ato de todo um partido votar em conjunto seguindo as orientações do seu diretório. Nesse caso, como o PMDB de Lutero Ponce não faz parte da base de sustentação do prefeito – que é maioria na Casa de Leis –, o ex-presidente pode se ver prejudicado por esse ato.

“Após receber o relatório da comissão processante, o partido vai se reunir para definir um encaminhamento à votação”, disse Paulo Borges, que preferiu abster-se de opinar sobre a culpa de Lutero antes de ver o relatório.

Lutero Ponce teme os votos da base tucana na Câmara, já que na eleição em 2008 apoiou o empresário Mauro Mendes (PSB), à época no PR, derrotado pelo prefeito Wilson Santos (PSDB), que terá peso na opinião do partido sobre a possível cassação do ex-presidente.

Toninho de Souza deu a entender que o PDT recomendará seus dois vereadores a votarem pela cassação do parlamentar no caso do relatório da comissão processante apontar a culpa de Lutero. “O PDT tem um compromisso com a moralidade. Se o parecer indicar a cassação, devemos votar por ela”, declarou.

São necessários 2/3 dos votos para se cassar um vereador. Em Cuiabá, que conta com 19 parlamentares, 12 votos é a exigência. Caso PDT e PSDB votem em massa pela cassação do vereador, já seriam 6 votos a favor da perda do mandato.

Enquanto isso, Domingos Sávio (PMDB) afirmou que não há nenhuma manifestação interna no PMDB quanto a uma orientação na votação que definirá a continuidade de Lutero Ponce na Câmara.

“Ainda nem sei quem é o presidente municipal. Houve eleições recentemente e ninguém me comunicou nada. Estou esperando ser chamado para alguma reunião”, comentou o colega de partido do ex-presidente ameaçado de cassação.
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