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Lula e Serra trocam brincadeiras e ironias; governador diz concordar 95% com Mantega

Reuters

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), provável candidato da oposição à Presidência da República, trocaram brincadeiras nesta terça-feira em torno do cenário da economia brasileira.

Discursando após o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em evento com empresários italianos, o governador paulista disse que concordava com 95% do cenário traçado pelo ministro.

"O ministro Guido Mantega fez aqui uma excelente exposição a respeito das condições básicas da economia brasileira e eu estou 95% de acordo com o panorama que ele esboçou de forma muito apropriada", disse Serra, sem informar o conteúdo dos 5% de discordância.

No diagnóstico, Mantega disse que a economia já saiu da crise financeira e que o país experimenta um crescimento robusto. "No terceiro trimestre deveremos ter um PIB positivo anualizado entre 8% a 10%, portanto a economia brasileira já saiu da crise e está em franca recuperação."

Neste ano, no entanto, a expansão deve ser de 1% ainda por consequência da crise global.

Mantega comemorou ainda a redução da vulnerabilidade externa do país e o aumento do consumo interno e citou os grandes projetos que podem atrair investimentos ao país, como o setor elétrico, ferrovias, jazidas de petróleo do pré-sal e as obras necessárias para a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

O ministro justificou ainda a recente taxação do capital estrangeiro em função do que chamou de sobrevalorização do real.

Lula não perdeu a oportunidade de ironizar o governador Serra. "Eu vou tentar não falar nada de macroeconomia porque o Serra discordou 5% do Guido e ele pode querer discordar um pouco mais de mim, 6%. Aí vamos criar uma inimizade à toa", declarou Lula.

Serra iniciou o discurso falando em italiano e disse que sua família tem origem na região da Calábria. Lula não deixou por menos e brincou dizendo que seu "Silva" tem origem no italiano "Chelva".

Rio de Janeiro

No Rio de Janeiro, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) alfinetou o partido de Serra. Para ela, as ações do atual governo são muito mais significativas se comparadas à gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Dilma frisou que a oposição quer evitar comparações porque "o governo anterior perde de 400 a zero" em relação à atual administração.

"Entendo perfeitamente o nervosismo deles [oposição]. Estávamos tranquilos sem fazer maiores comparações, só que agora nós pegamos gosto pela comparação. Tudo o que nós queremos é comparar, até porque o nosso povo sabe comparar na carne, no testemunho de sua vida cotidiana", afirmou a ministra depois de participar de cerimônia de batismo de um navio no estaleiro STX, em Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro.

Dilma comparou desde a atuação dos governos em crises financeiras até programas sociais desenvolvidos pelas duas administrações. Para a ministra, é "patético" comparar o Bolsa Família, que segundo ela tem 11 milhões de beneficiários, com programas do governo Fernando Henrique, como o Vale Gás e o Bolsa Escola.
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