O banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, recorreu ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça) contra o juiz da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, Fausto Martin De Sanctis, encarregado pelo inquérito da Operação Satiagraha, da Polícia Federal, que investiga crimes financeiros atribuídos a Dantas.

O caso no CNJ corre sob segredo de Justiça e está nas mãos da conselheira Morgana Richa, mas a Folha Online apurou que a defesa do banqueiro questiona a decisão do Órgão Especial do TRF-3 (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região, que rejeitou em abril abrir procedimento administrativo disciplinar contra o juiz.

De Sanctis foi acusado de sonegar informações solicitadas em habeas corpus à desembargadora Cecília Mello e ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Eros Grau. O magistrado também foi acusado de desrespeitar decisão do Supremo no episódio que culminou na prisão de Dantas durante a Operação Satiagraha.

Na ocasião, De Sanctis autorizou um segundo pedido de prisão contra Dantas mesmo após o presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, ter concedido habeas corpus ao banqueiro. Após a nova prisão, o sócio-fundador do banco Opportunity foi solto por um segundo habeas corpus de Mendes.

Na defesa do juiz, o advogado Pierpaolo Bottini alegou na ocasião a ausência de manifestações das partes supostamente desrespeitadas pelo magistrado como um dos fatores que não justificaria a abertura do processo administrativo.