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República brasileira permanece socialmente dividida, diz Cristovam

Da Redação - Agência Senado

Autor do requerimento que propôs a comemoração, pelo Senado, dos 120 anos da Proclamação da República, ocorrida em 15 de novembro de 1889, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) afirmou nesta quinta-feira (12) que o processo iniciado naquela ocasião não estará completo enquanto o país permanecer socialmente dividido.

- Mantemos essa diferença, essa separação. Essa separação está na escola. Essa separação está nos hospitais. Essa separação está no local onde compramos as coisas. Essa separação está na maneira como uns de nós olhamos para os outros - disse.

Ele discursou sobretudo sobre a diferença que se expressa na educação. O senador observou que, se no Império as escolas públicas eram reservadas aos filhos da elite, elas foram relegadas às camadas mais pobres da população com o processo urbanizatório, tornando-se "escolas de faz-de-conta".

- Abandonamos a escola pública para os pobres. Abandonamos no sentido de não dar os recursos, abandonamos no sentido de tolerarmos má qualidade, sem reclamar inclusive dos responsáveis pela má qualidade, seja o governador, seja o prefeito, seja o professor, seja a mídia. Nós não nos preocupamos com isso. Deixamos que a escola fosse duas. Uma república não tem duas escolas. Uma república tem uma escola - disse.

De acordo com o senador, a diferença do quanto gasta o Estado e do quanto gasta um pai com a educação de uma criança que estuda em escola privada ao longo de sua vida é de oitenta vezes.

- Um sistema escolar em que tem uma diferença nos gastos de oitenta vezes entre uma parcela da sociedade e outra parcela não é de uma República ainda. Nossa tarefa é completar a República - conclamou.
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