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Colecionador diz que incêndio após apagão destruiu obras de arte

G1

O estrago provocado por um curto-circuito, que incendiou obras de artes e destruiu parte do apartamento do aposentado Euler Matheus, 66 anos, no Leblon, Zona Sul do Rio, logo após o apagão, na noite de terça-feira (10), ainda atormenta o colecionador.

“Mais do que perder obras de artes, é a dor de ver seu apartamento e as coisas que você reuniu com muito carinho, ao longo dos anos, nesse estado. Perdi uma parte de mim. Estou muito triste com essa destruição. Algum bem material será recuperado, mas o sentimento de perda do que construí aqui, aos poucos, acho que não tem jeito”, lamenta o publicitário aposentado, que pretendia fazer uma documentação das obras para montar um museu virtual com o acervo.

Euler estava dormindo com sua mulher, a pedagoga Ângela Matheus, quando foram acordados por um barulho forte, por volta das 3h de quarta-feira (11), quando a energia foi restabelecida. Ela levantou e foi até a cozinha e se deparou com uma bola de fogo, próximo à geladeira.

“A casa estava com tudo desligado. Só não desligamos a geladeira. Agora aprendi”, disse Ângela. Os indícios apontam que uma sobrecarga elétrica teria provocado o curto-circuito na cozinha, provavelmente partindo da geladeira.

O fogo e a fumaça fizeram com que o casal se trancasse no quarto. Depois, foram para a varanda dos fundos do apartamento e gritaram por socorro aos vizinhos que chamaram o Corpo de Bombeiros. O trabalho de combate às chamas durou mais de duas horas. Ninguém ficou ferido.

Além de mais de 50 quadros de pintores famosos, como Djanira e Scliar, o casal também tinha tapetes persas e livros raros, que também foram destruídos pelo fogo. Euler aguarda a perícia para fazer um inventário das obras que se perderam, e as que serão submetidas à restauração. Por enquanto, não tem idéia do prejuízo.

Respeitado no meio publicitário, Euler Matheus trabalhou na agência MPM durante 25 anos, sempre supervisionando contas de grandes empresas. Em 91, foi para agência Salles D'Arcy, da qual seria presidente.

Ele é considerado um grande conhecedor de obras de artistas plásticos brasileiros.
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