Imprimir

Notícias / Política BR

Governo tem de dar 'explicação cabal' para o apagão, diz Bernardo

G1

Enquanto o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, considera o assunto do apagão "superado", o titular do Ministério do Planejamento, Paulo Bernardo, afirma que é necessário dar uma "explicação cabal" sobre o assunto para a sociedade.

"Temos que dar uma explicação cabal para o que aconteceu anteontem. Vamos certamente saber. Mas isso coloca a discussão da necessidade de fazermos grandes investimentos, não apenas em energia, mas em várias outras áreas, e as estatais terão um importante papel nisso", disse ele, em seminário sobre as empresas estatais.

Após o seminário, em conversa com jornalistas, o ministro Paulo Bernardo admitiu que "é muito difícil identificar exatamente a causa" do apagão. Nesta quarta-feira (11), Lobão atribuiu a raios, chuva e ventos fortes a causa do apagão, que afetou 18 estados na noite de terça-feira (10). O Instituto Nacional de Pesquisas Espacias (Inpe), no entanto, concluiu que é mínima a chance de um raio ter provocado o blecaute.

Ajuste do sistema

Bernardo acrescentou, porém, que "alguém tem de explicar porque o sistema não se ajustou" e impediu o blecaute em boa parte do país. "Não caiu torre e não explodiu gerador. Se não o sistema não teria retornado às 5h", afirmou ele.

Presente no mesmo evento, o presidente da Eletrobras, José Antonio Muniz Lopes, admitiu que o sistema falhou ao não realizar os "ajustes" necessários após a queda de três linhas de transmissão. Segundo ele, o sistema funcionou apenas na região Nordeste.

"Era para o restante do sistema se ajustar para atender às cargas. Não sei porque não funcionou. Eles são planejados para desligar e religar. O que levou [ao apagão] é o fato de ter desligado as cinco linhas", disse Muniz.

Investimentos em energia

O ministro do Planejamento lembrou que cerca de metade do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) representa investimentos em energia elétrica - cerca de R$ 300 bilhões entre 2007 e 2010. "Têm recursos tanto para construção, geração e para linhas de transmissão. Esses investimentos continuam andando e não vou ter dificuldades em executá-los", disse Bernardo.

Reflexos

Mais de 36 horas depois do apagão, moradores de São Paulo e do Rio de Janeiro permanecem sem água nesta quinta-feira (12). De acordo com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), por volta das 12h30 cerca de 200 mil pessoas permaneciam sem água em São Paulo.

No Rio, somente 2% dos domicílios ainda estão sem receber água regularmente nesta quinta-feira, conforme informações da Cedae, a companhia de abastecimento. São 180 mil clientes (considerando residências e lojas) atingidos.
Imprimir