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Novo desabafo amplia polêmicas do goleiro Marcos no Palmeiras

R7

Marcos é o capitão e está no clube desde a década de 90. Nesta quarta-feira (11), após jogo em São Paulo, ele desabafou e criticou outros jogadores.

E como tem personalidade de sobra, não mede palavras. Como as que falou após a partida da última quarta-feira (11), após o decepcionante empate com o Sport.

- Tem gente aqui que acha que quando chega no Palmeiras, vai ganhar 40, 50 mil por mês, vai pegar menininha na rua e pronto? Tem de mostrar coragem. Se tem personalidade de fazer um filho, tem de ter personalidade para suportar a pressão. Se perdermos o título do Brasileiro será uma das maiores decepções da minha carreira.

Lógico que os jogadores e Muricy ficaram sabendo o que ele disse. E tentaram minimizar suas declarações. Falaram que o goleiro estava irritado após o jogo.

Foi a mesma saída dos médicos do Palmeiras quando ele mal havia começado nos profissionais. Ele sofreu uma contusão no tornozelo esquerdo. Foi tentar voltar a treinar em Águas de Lindóia.

A cena foi cômica em 1993. (Marcos chegou ao Palmeiras em 1992. São 17 anos de carreira e 36 de vida). Ao sentir fortes dores, não se conteve. Mesmo diante de vários jornalistas, Marcos começou a xingar. A tudo e a todos.

- Quero que todos vão para o inferno. Não é possível. Falaram que eu estava curado, p.q.p. Bando de f.d.p.

Suas grandes defesas, o pênalti que espalmou de Marcelinho Carioca, a conquista da Libertadores. O perdão por haver falhado na disputa do Mundial para o Manchester.

E o orgulho palmeirense de ter o goleiro campeão da Copa de 2002. A coragem de ficar no clube rebaixado e disputar a série B. Tudo foi lhe dando moral.

A ponto de em uma das piores derrotas da história, 7 a 2 para o Vitória, no Palestra Itália, em 2003, Marcos desabafar.

- Estou com vergonha do nosso time. Ninguém aqui merecia colocar a camisa do Palmeiras. Ninguém, nem eu.

A cada derrota, desclassificação ou derrota feia do Palmeiras, Marcos está lá, pronto para falar. Enquanto os demais jogadores costumam fugir dos jornalistas, saindo pela porta de trás do Palestra Itália ou em qualquer estádio onde o time perca. Foi o aconteceu no ano passado.

Quando o time perdeu para os reservas do Sport por 2 a 0. O goleiro falou por todos.

- No Campeonato Paulista, o espírito era vencedor. Agora, muitos não estão com esse espírito. Parece que o título subiu à cabeça do pessoal. Muitos estão correndo pouco e reclamando demais. Demais. Se fosse contra os titulares do Sport, teríamos levado de cinco.

Não satisfeito, ele falou ainda mais.

- Temos de definir logo quem vai sair. Quem vai ficar. Porque a indefinição está atrapalhando quem vai ficar. É bom definir logo porque estamos nos ferrando.

Luxemburgo tentou o proibir de falar depois dessas declarações. Mas tudo que conseguiu foi jogar a torcida contra ele. A diretoria também autorizou Marcos a voltar a falar. O treinador não teve outra saída a não ser dizer que havia permitido que o goleiro voltasse a falar. E, por coincidência, ou não, Valdívia foi vendido.

Na sua renovação de contrato, os dirigentes fizeram questão de garantir que o goleiro terá um cargo na diretoria assim que parar. Deverá ser ou preparador de goleiros, ou um dos gerentes de futebol. E Marcos já adiantou que não vai mudar.

- Eu até que tento, mas não consigo. Na hora sobe o sangue e vou falando tudo o que acho de errado. Sei que já atrapalhei a minha carreira. Poderia ser bonitinho, fingir que sempre está tudo bem, mas não consigo. Sou palmeirense mesmo e não me seguro quando o time perde por sacanagem. Não consigo calar a boca. Sou do interior de São Paulo (Oriente). E lá é bem diferente da cidade grande. Lá ninguém sabe mentir.
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