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Empresários brasileiros usam a simpatia e espontaneidade

Agência Brasil

Cidade do Cabo (África do Sul) - A espontaneidade e informalidade do brasileiro nas negociações internacionais provocam situações únicas e muitas histórias para contar. Em missão ao Sul da África, os empresários brasileiros se viram obrigados a negociar com clientes de diferentes culturas e religiões. Os muçulmanos preferem negociar com os homens, enquanto os hindus não apreciam que suas mulheres sejam cumprimentadas ou beijadas por estranhos.

O empresário Paolo Boria, da indústria de alimentos Yoki, foi eleito pelo grupo que viajou à África nesta semana como o melhor contador de histórias e dono de um bom-humor constante. Para ele, as dificuldades e eventuais diferenças que os brasileiros esbarram nas negociações são vencidas pelo “estilo nacional”.

“Nosso jeito informal, simpático e paciente cativa, mesmo quando há um ou outro problema. Isso é com todo mundo”, disse Boria. “Mas nem por isso o empresário deve deixar de conhecer a história e o perfil de seu cliente. É fundamental você estar a par de tudo isso para poder ser bem-sucedido.”

As missões empresariais não são frequentes, mas os negociadores são obrigados a viajar por vários países para fechar negócios de maior volume. A cada nova situação, eles contam que algo diferente é aprendido.

“Com os chineses, o estilo de negociar deve ser o da pergunta constante: 'O senhor tem certeza disso?'. Só depois da terceira confirmação é que a gente começa a ter alguma segurança de que o negócio vai dar certo”, ensinou o empresário Paulo Amanthea, da Eucatex, que viaja pelo mundo vendendo portas e dobradiças.

Do setor de massas e óleos, o empresário Murilo Farias Santos, da Emit, disse que é preciso estar atento também para negociar com os turcos e gregos, que têm uma longa história em comércio. “Eles são muito bons. Sabem negociar como poucos, pechincham, pedem, insistem e você tem de estar atento para não ir além dos próprios limites”, afirmou.

A missão empresarial, com 98 empresários, à África reuniu representantes de alimentos e bebidas, agronegócios, casa e construção, indústria automotiva, energia, máquinas e equipamentos, varejo, cosméticos, materiais elétricos e eletroeletrônicos, defesa, infraestrutura e têxtil.
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