Imprimir

Notícias / Brasil

Teles Pires-Tapajós é prioridade para Movimento Pró-Logística no Estado

De Brasília - Vinícius Tavares - Especial para o Olhar Direto

A construção da hidrovia Teles Pires-Tapajós, que liga Mato Grosso ao Pará, é uma das prioridades do Movimento Pró-Logística para desenvolver a infraestrutura estadual de transportes. Esta semana o grupo formado pelas principais lideranças políticas e empresariais do estado reuniu-se em Brasília com o governador Blairo Maggi durante o Fórum Sobre Navegabilidade da Hidrovia Teles Pires - Tapajós, realizado na sede da Confederação Nacional dos Transportes.

Apesar do forte apelo do setor produtivo para que o governo invista em alternativas ao transporte rodoviário, não há, porém, previsão para que a hidrovia comece a funcionar. O consultor da Agência Nacional de Energia Elétrica, Antônio Pádua Pereira, explica que projetos como este precisam de integração com os setores energético e ambiental. "Pode levar um ano, cinco ou dez. A questão da integração com outros segmentos e interesses precisa ser resolvida em conjunto", frisou.

O projeto atual da hidrovia leva em conta o aproveitamento energético da região. De acordo com o engenheiro Flávio Acatauassú, do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes, antes da construção de quatro usinas na região, não será possível a navegação. Segundo ele, um erro na elaboração do projeto inicial do empreendimento, em 2001, quando não havia planos para a construção de hidrelétricas na região, fez com que os estudos tivessem que ser refeitos. "Os primeiros estudos para tornar navegável o trecho da hidrovia começaram a ser feitos em 1997 e nada do que foi gasto foi aproveitado", explicou.

O gerente da Comissão de Logística da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja), Edeon Vaz Ferreira, reconhece que o aproveitamento das bacias para o transporte de cargas ficou prejudicado devido aos problemas que o país enfrentou com o 'apagão' energético ocorrido no início da década. "Alguns projetos ficaram parados porque a questão energética ganhou prioridade devido à falta de chuvas", frisou.

Segundo ele, a união do setor produtivo é fundamental para mostrar ao governo que o Brasil precisa se tornar mais competitivo. "Agora estamos retomando o assunto e mostrando ao governo a importância estratégica do investimento em hidrovias", destacou.

Também são considerados prioritários outros empreendimentos rodoviários, como as rodovias BR-242 e BR-258, que fazem a integração entre a região Médio-Norte, polo já consagrado de produção agrícola, e as regiões Leste e Nordeste do estado. O objetivo é implantar 558 quilômetros da BR-242, possibilitando o acesso a Marabá (PA). Deste ponto há a opção de seguir ao Porto de Belém via hidrovia ou ao Porto de Itaqui (MA) via ferrovia.

Juntamente com a BR-364, a BR-163, conhecida como Cuiabá-Santarém, é a maior rota rodoviária do estado. O Movimento Pró-Logística exige a pavimentação de um trecho de 782 quilômetros no lado paraense da rodovia. A obra consta no Programa de Acaleração do Crescimento.

Outra prioridade é construção da ferrovia Leste-Oeste, que vai ligar Uruaçú (GO) até Vilhena (RO), passando por 59 municípios de Mato Grosso, onde estão concentrados um terço da população do Estado.
Imprimir