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Arcanjo não aceita acordo trabalhista com ex-cambista do jogo do bicho

Da Redação/Jardel Arruda e Kelly Martins

A defesa do bicheiro João Arcanjo Ribeiro não aceitou acordo no processo trabalhista em que o ex-apontador do jogo do bicho Valdemar Ninuzee, 58 anos, faz a solicitação de seus direitos trabalhistas. Valdemar possuía uma barraca na Avenida Miguel Sutil e recebia 15% sobre as vendas dos bilhetes.

 O montante, segundo ele, totalizava R$ 770 ao mês. Ele teria sido apontador de 1993 a 2002, até que a Operação Arca de Noé, uma das maiores ações contra o crime organizado em Mato Grosso, culminou na queda do império de João Arcanjo Ribeiro, e no fim do emprego de Valdemar.

Sem o amparo dos direitos trabalhistas, Valdemar chegou a alegar em depoimento que “ajudou a enriquecer Arcanjo", enquanto este estava à frente da empresa Colibri, responsável pelas atividades do bicho no Estado. Diante de tal ele solicitou mais de R$ 68 mil em direitos trabalhistas.

O advogado de defesa de Arcanjo, Zaidd Arbid, atesta que não sendo o jogo do bicho uma atividade legal é impossível relacioná-la com os direitos trabalhistas garantido por lei.

Desde 2004, o bicheiro João Arcanjo Ribeiro responde por 241 ações trabalhistas envolvendo a prática do jogo do bicho pela Colibri. Conforme a juíza do trabalho, Claudirene Andrade Ribeiro esclarece, há um problema de jurisprudência para resolver este tipo de pendências. Segundo ela, parte dos juízes entendem que o jogo do bicho é uma atividade ilícita cujo sua ilegalidade é tolerada pelo Estado, contundo, na maioria dos casos o entendimento é de que a indenização não cabe.

Arcanjo, que está preso na penitenciaria federal de segurança máxima de Campo Grande (MS) veio à Capital em um vôo comercial da TAM, por volta do 12h, juntamente com agentes penitenciários. A audiência teve inicio as 13h30 e durou aproximadamente 15min. Ele terá até o dia 27 de fevereiro para apresentar uma defesa e no dia 31 será realizada uma audiência de instrução.

Ele irá passar a noite em Cuiabá, no presídio Pascoal Ramos. Amanhã vai participar de uma audiência na justiça estadual, na 15º Vara de Combate ao Crime Organizado, às 8h30. Nesta audiência Arcanjo é réu em um processo que é acusado de sonegação fiscal.

Encontra-se a disposição da Justiça do Trabalho o montante de 3,86 milhões para o pagamento de reclamações trabalhistas movidas por ex-empregados que aturaram nas empresas JAR Projetos e Construções Civis, Radioclube, Fazenda Colibri, JAR Empresa de Comunicação LTDA e Colibri Loterias. 

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