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Pastoral da Terra defende revogação de mandado de prisão contra líderes

Folha Online

A CPT (Comissão Pastoral da Terra) divulgou nota hoje criticando ruralistas e grupos de mídia do Pará. Na nota, a Pastoral da Terra responsabiliza esses grupos pelo acirramento dos conflitos com trabalhadores sem terra no Pará.

"Percebemos que, na origem desses conflitos estão: o avanço criminoso de várias frentes (madeira, minério, pecuária e produção de energia) do poder econômico sobre as riquezas regionais e a rearticulação do setor ruralista chefiado pela CNA, aliado aos principais meios de comunicação do Estado e a maioria conservadora do poder Judiciário", diz a nota. "O objetivo é desestabilizar o atual governo e desarticular os movimentos sociais que fazem o enfrentamento com esses setores."

Na nota, a CPT diz que os governos federal e do Pará se distanciaram da luta agrária. " A opção política dos governos federal e estadual, infelizmente, tem contribuído para reforçar esses grupos, que sempre dominaram a política e a economia paraense, e fragilizar a atuação dos movimentos sociais."

"Encurralado pelos ruralistas e pelos principais meios de comunicação do Estado, que nada mais são que empresas de comunicação a serviço dos interesses dos grandes grupos econômicos cujo papel é criminalizar as lutas sociais, o governo tem assumido uma postura de distanciamento dos principais movimentos que fazem a luta no campo. Ao invés de fortalecer as políticas voltadas para a população camponesa, o governo tem se curvado às pressões do setor ruralista e viabilizado seus interesses", diz a nota.

Mandados de prisão

A CPT pede a revogação dos mandados de prisão expedidos contra lideranças sem terra. Na quinta-feira passada, a Justiça do Pará determinou a prisão de quatro sem-terra por envolvimento em atos de violência realizados em fazendas da Agro Santa Bárbara --pertencente ao banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity. Entre os alvos dos mandados de prisão estão a líder nacional do MST Maria Raimunda César e o coordenador estadual do movimento Charles Trocate.

Antes disso, na terça-feira passada, a Justiça havia decretado a prisão de outros seis sem-terra por destruição na fazenda Espírito Santo, também pertencente ao grupo Santa Bárbara).
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