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Defesa de Janene desiste de testemunho de tucano sobre mensalão

Folha Online

A defesa do ex-deputado José Janene (PP-PR) mudou de estratégia e desistiu de ter o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), como testemunha do processo do mensalão. A pedido dos advogados do ex-parlamentar, Virgílio tinha sido intimado a depor nesta terça-feira pela Justiça Federal.

Janene foi denunciado pelo Ministério Público Federal ao STF (Supremo Tribunal Federal) em abril de 2006, ao lado de 39 pessoas suspeitas de participarem de um suposto esquema de compra de votos de parlamentares da base aliada --o mensalão. O ex-líder do PP é acusado de ter recebido R$ 4,1 milhões do valerioduto.

Durante os depoimentos para juíza Pollyana Kelly Martins Alves, da 12ª Vara Federal do Distrito Federal, a defesa de Janene tem tentando desconstruir a ideia de que as reformas no setor elétrico, na previdência e tributária foram aprovadas apenas com votos da base aliada do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Os advogados trabalham para desfazer o suposto esquema de pagamentos em troca de votos em matérias consideradas importantes para o Executivo no Congresso.

Explicações

O ex-deputado prestou depoimento, em março, ao juiz Fábio Nunes de Martino, da Justiça Federal em Londrina (norte do Paraná) e sustentou que não houve mensalão.

Janene --que se aposentou por invalidez e evitou processo de cassação na Câmara-- é acusado de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

Segundo reportagem da Folha publicada em março, o ex-deputado afirmou no depoimento que houve barganha política, como em qualquer democracia, que envolve apoio político por cargos, mas não por dinheiro.

Janene voltou a afirmar que o dinheiro recebido pelo PP no esquema foi para pagar custas do processo judicial contra o ex-deputado federal Ronivon Santiago (PP- RO), que acabou cassado pela Câmara. "Deixei claro, no depoimento, que não houve nenhum ato ilícito por parte do Partido Progressista."

No depoimento, Janene informou ao juiz que os R$ 4,1 milhões foram utilizados também para pagamento de despesas de campanha na região norte do Paraná, dentro de um esquema de coligações e alianças entre a base aliada.
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