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Ministros do governo italiano comentam parecer do STF sobre caso Battisti

Ansa

Membros do governo italiano aguardam com "confiança" o parecer do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a extradição do ex-ativista de esquerda Cesare Battisti, já aprovada pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Para o ministro italiano do Trabalho, Maurizio Sacconi, o veredicto do STF sobre a extradição, anunciado ontem, constitui um "passo decisivo". Agora, ele disse estar "muito confiante" sobre qual será o posicionamento de Lula.

Nas audiências do Supremo sobre o caso, a posição do relator do processo, Cezar Peluso, que se pronunciou a favor do envio de Battisti à Itália, recebeu apoio de quatro dos nove membros que participaram da votação.

Também com cinco votos contra quatro, a máxima instância do Judiciário decidiu ainda elevar a Lula a decisão final sobre a extradição ou permanência do ex-militante de esquerda no Brasil.

Battisti foi condenado na Itália pela morte de quatro pessoas, ocorridas quando ele militava pelo grupo PAC (Proletários Armados pelo Comunismo). Após fugir em 1981 de seu país e passar por França e México, o italiano foi detido no Brasil em 2007.

Em janeiro deste ano, o ministro da Justiça, Tarso Genro, concedeu a ele o status de refugiado, sob o argumento de que o ex-ativista sofre "fundado temor de perseguição" em seu país, o que foi refutado por Peluso, que declarou ainda que os crimes atribuídos a ele são comuns e não políticos.

"Não é um desejo de vingança, mas de Justiça", disse Sacconi, que fez ainda um alerta para o risco do terrorismo, fenômeno que "não foi totalmente erradicado".

Já o ministro da Defesa do país, Ignazio La Russa, declarou que "não é vingança querer que alguém condenado comece a cumprir sua pena".

"Acompanhamos com confiança a decisão da Suprema Corte", disse, por sua vez, o ministro da Justiça, Angelo Alfano, que enviou um representante de seu ministério, o italiano Italo Ormanni, para acompanhar o julgamento do caso.

Antes, em um post no site de relacionamentos Facebook, o chanceler italiano, Franco Frattini, também disse esperar a decisão de Lula com "respeito e serenidade".

Também o PDCI (Partido dos Comunistas Italianos) recebeu com celebração a notícia de que o Supremo havia aprovado a extradição do italiano. "Os terroristas, como todos os acusados, devem responder os processos em que são réus."
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