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Notícias / Cidades

Gaeco realiza perícia nos computadores apreendidos

Da Redação - AM

Os computadores apreendidos nas residências de pessoas envolvidas direta ou indiretamente no concurso público, cancelado neste domingo (22), serão periciados pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco). A apreensão ocorreu na noite de sábado em Cáceres. As informações são da assessoria do Ministério Público Estadual (MPE).

Em entrevista ao Olhar Direto, o coordenador do Gaeco, Paulo Prado, contou que foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão, um deles na casa da coordenadora da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), responsável por realizar o maior concurso público do país, Geysa Atala Curvo.

Apesar da confirmação das suspeita de fraudes, o reitor da Unemat, Taisim Karim, negou no domingo (22), durante entrevista coletiva, que as apreensões não tinham ligação com o concurso.

De acordo com o coordenador do Gaeco, procurador de Justiça Paulo Prado, todas as informações obtidas durante a perícia serão analisadas pelos promotores de Justiça que atuam no caso. Segundo ele, o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, autorizados pela Justiça, foi motivado por denúncias de eventuais fraudes no certame.

"Ante as notícias de possível fraude, tivemos de tomar medidas acautelatórias para averiguar a veracidade ou não das informações. Foram apreendidos computadores, mas somente após perícia se poderá concluir se houve ou não fraude, dolo. Temos obrigação funcional de apurar, mas temos também o dever de fazer um trabalho sério e imparcial. Não vamos dizer que houve fraude sem comprovação. Qualquer conclusão antes da perícia é precipitada", afirmou o procurador de Justiça.

Segundo ele, a princípio, a anulação do concurso não tem nenhuma relação com a investigação criminal que está sendo realizado pelo Gaeco. “O concurso foi anulado em razão da total desorganização. Provas que eram para ser realizadas à tarde foram entregues pela manhã. Candidatos a um cargo receberam provas para outro cargo. Outros não tiveram acesso ao local de realização das provas pela falta de organização. Isso tudo é o suficiente para anulação do concurso e demonstra que a decisão do governador foi corretíssima”, ressaltou Prado.

Ele destaca que, diante dos acontecimentos repercutidos até mesmo na mídia nacional, “o governador deve ir mais além, ou seja, deverá afastar a Unemat do concurso, pois os fatos demonstram por si só a falta de estrutura da instituição para a realização de concurso com tamanha envergadura", salientou.

O representante do Ministério Público afirma que a equipe do Gaeco está à disposição do Governo do Estado e da Secretaria de Justiça e Segurança Pública para a união de esforços visando à elucidação dos fatos ocorridos. “Nos colocamos também à disposição da sociedade para recebermos informações referentes ao caso, garantindo a preservação da identidade das pessoas. O disque-denúncia do Ministério Público é 0800-6471700”, acrescentou ele.
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