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Notícias / Ciência & Saúde

Cálculo do teto do SUS é feito de forma falsa, afirma Soares

Da Redação - Sabrina Gahyva

O secretário de Saúde de Cuiabá, Luiz Soares, afirma que o teto financeiro do SUS foi elaborado da maneira "mais falsa do mundo". "O teto financeiro do SUS é um equívoco, foi feito da maneira mais falsa do mundo", declarou momentos antes da abertura da 8ª Conferência Municipal de Saúde.

De acordo com Soares, o teto do sitema em Mato Grosso está defasado desde 2002 e que, embora tenha passado por elevação financeira, o investimento não significou expansão de oferta ou melhoria do atendimento.

Ainda há equívoco na divisão e distribuição de recursos, na opinião do secretário. “A tabela do SUS paga muito bem para determinados procedimentos e muito mal para outros. Os casos de alta complexidade, por exemplo, são muito bem remunerados, enquanto casos de baixa complexidade são muito mal remunerados. O teto foi feito da maneira mais falsa do mundo”, enfatiza.

Soares afirma que cerca de 90% dos recursos federais são destinados aos casos de alta complexidade – por exemplo, pacientes em UTI, respirando com utilização de aparelhos ou que fazem fisioterapia mais de uma vez por dia. Outro alvo das críticas do secretário é o fato de a prefeitura municipal arcar com custos referentes à utilização dos serviços da capital por habitantes do interior do estado: “Cerca de 90% dos casos de alta complexidade de Mato Grosso estão em Cuiabá ou são realizados aqui”.

Além da má distribuição de recursos, o secretário remete à “ganância do ser humano” a crise do sistema de saúde pública. “Muitos médicos entram no site do Ministério da Saúde para ter parâmetro de salários, veem um repasse de R$ 8,7 milhões para Cuiabá e avaliam que isso é suficiente. Ficamos reféns dos prestadores de serviços. A ganância é o problema que gera sucessivas crises”, pontuou.

Na avaliação do secretário, a defasagem hoje gira em torno de R$ 2 milhões. Ou seja: o teto do SUS para Cuiabá deveria hoje ser de quase R$ 11 milhões.

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