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Notícias / Ciência & Saúde

Cresce número de leishmaniose em município do Araguaia

De Barra do Garças - Ronaldo Couto - especial para o Olhar Direto

Um número considerável de casos de leishmaniose tem sido registrado em Barra do Garças, no Vale do Araguaia. Recentemente foram notificados seis casos no bairro Jardim Araguaia, a Cohab, onde os moradores já solicitaram à prefeitura para retirar os cães suspeitos de portar os protozoários da doença, e que ficam perambulando pelo bairro.
 
A leishmaniose também é conhecida como calazar ou úlcera de Bauru. É uma doença provocada pelos protozoários transmitidos ao homem pela picada dos mosquitos palha ou birigui. No Brasil existem atualmente seis espécies de Leishmania responsáveis pela doença humana, e mais de 200 espécies de flebotomíneos implicados em sua transmissão.

A situação está mais séria no bairro Cohab, conforme alertou um comerciante que pediu para não ser identificado. Ele informou que somente na casa dele foram três casos, sendo ele próprio, a esposa e uma sobrinha. Além desses, outros três casos aconteceram no mesmo mês de outubro na região da Cohab.
 
O empresário suspeita que pegou a doença de um cão que está com sintomas da doença, babando, numa residência perto da sua, cujo vizinho mantém o animal escondido. “É muito triste uma situação desta, precisamos que a Secretaria de Saúde tome alguma providencia para retirar os animais das ruas”, alertou.

O assunto leishmaniose virou polêmica na Câmara Municipal, onde o vereador Odorico Cardoso Ferreira (PT) pediu explicações sobre o surto da doença na cidade à secretária de Saúde, Daniela Salun, entretanto o seu requerimento foi negado. Então, o vereador teve que refazer o questionamento através de ofício, cuja resposta ele ainda está aguardando.

Uma equipe da Saúde estará nesta quinta (26) no bairro Cohab devido ao número crescente de casos de leishmaniose e dengue naquele setor, fazendo um arrastão para retirar o lixo de lotes e quintais. No mesmo setor, mas no bairro denominado Vila Varjão, outro foco de mosquitos, insetos, ratos e animais peçonhentos está localizado numa erosão que ameaça casas e acumula lixo há anos. A população suspeita que os mosquitos palha e Aedes aegipty estejam se alojando lá.

Quando um paciente humano desenvolve leishmaniose visceral, os sintomas mais comuns são febre e amplificação do baço, observando-se também por vezes amplificação do fígado. Os sintomas se assemelham aos da malária. O erro no diagnóstico é perigoso, pois, sem tratamento, a taxa de mortalidade para leishmaniose está perto de 100%.

A leishmaniose acompanha o homem desde tempos remotos e tem apresentado, nos últimos 20 anos, o aumento do número de casos e ampliação de sua ocorrência geográfica, sendo encontrada atualmente em todos os estados brasileiros, sob diferentes perfis epidemiológicos. Estima-se que, entre 1985 e 2003, ocorreram 523.975 casos autóctones, a sua maior parte nas regiões Nordeste e Norte do Brasil.
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