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Sindicato nega cartel e alega dificuldades para segmento

Da Redação - Jardel Arruda

Após denúncia do Olhar Direto de indícios de cartelização do preço do álcool em Cuiabá, o diretor jurídico do Sindipetróleo (Sindicato dos Revendedores de Derivados de Petróleo), Waldir Cechet Junior, alegou não existir qualquer prática de combinação de valores entre os postos de combustível. Segundo ele, o que existe é uma disputa acirrada em um setor ameaçado por uma medida judicial limitadora dos lucros.

“Desde a primeira liminar que limitou o lucro, nós estamos trabalhando no prejuízo”, disse o sindicalista fazendo referência a uma decisão de 2006 que limitou em 20% o lucro sobre o álcool etílico hidratado. “Estamos sendo obrigados a fazer empréstimos, demitir funcionários, enfim, fazer o possível para permanecermos abertos”, acrescentou.

Questionado pelo Olhar Direto sobre o porquê do aumento do número de postos de combustível, levando em consideração a suposta dificuldade do setor, Cechet diz que os novos estabelecimentos são fruto de investimentos anteriores ao limite imposto em 2006.

De acordo com o sindicalista, o Sindipetróleo tem verificado o desaparecimento de novos investidores no ramo. “Os novos postos são resultado de investimentos antigos que não podiam parar no meio. Mas nem os empresários da área têm comprado terrenos para este fim”, argumentou.

Preços uniformes

A explicação de Waldir Cechet para a uniformidade do preço é que o álcool e a gasolina, tal como todos os derivados do petróleo, são commodities. Portanto, esses produtos, assim como a soja, a prata e o ouro, têm o preço determinado pelas Bolsas de Valores.

“Além disso, todas as distribuidoras, todas as bandeiras, compram unicamente da Petrobras, sendo assim, revendem por preços muito parecidos aos postos, o que, por consequência, faz eles também venderem os combustíveis a preços parecidos”, alegou.

Já a resposta para o reajuste no preço do álcool foi a alta do preço pago pelos postos às distribuidoras. Cechet diz que há pouco mais de 30 dias as distribuidoras cobravam R$ 1,16 pelo litro do combustível, mas de lá para cá o produto sofreu um aumento gradativo, passando a custar de R$ 1,18 a R$ 1,24. Agora, o custo estaria entre R$ 1,35 e R$ 1,39, dependendo da distribuidora.

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