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Causas em aberto: relatório sobre o apagão, só na semana que vem

Correio Braziliense

As causas reais do apagão que atingiu 17 estados mais o Distrito Federal em 10 de novembro só serão conhecidas na próxima semana. Foi o que disse ontem o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, em audiência pública conjunta das comissões de Infraestrutura e de Assuntos Econômicos do Senado. Chipp espera entregar até 4 de dezembro o relatório sobre o incidente ao Ministério de Minas e Energia. A pasta havia dado ao ONS prazo até meados de dezembro para concluir o trabalho. Diferentemente do esperado clima de beligerância da oposição, que enxergou no episódio uma forma de tirar proveito eleitoral em 2010, o encontro transcorreu em clima de cordialidade.

Chipp: descargas elétricas de menor intensidade podem causar danos ao sistema
O diretor-geral do ONS, entretanto, disse já ser possível garantir que o apagão ocorreu por questões técnicas isoladas: um curto-circuito simultâneo em três linhas de transmissão entre as cidades de Ivaiporã (PR) e Itaberá (SP) causou colapso energético na energia gerada na Usina de Itaipu. Na audiência,

Chipp disse que a hipótese de que um raio seja a causa do blecaute continua sob investigação. Essa foi a primeira suspeita lançada por integrantes do governo federal, como o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, logo após o episódio. Segundo Chipp, descargas elétricas com menor potência podem ser mais nocivas ao sistema do que raios fortes, porque estes são melhor capturados por para-raios.

Planejamento

O ministro interino do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, defendeu o constante planejamento do setor elétrico para evitar situações de racionamento ou de apagões. Para cumprir o desafio de levar energia a todos os pontos do território nacional — de dimensões continentais, conforme observou — é imprescindível o planejamento. São 130 mil quilômetros de linhas de transmissão instaladas no país, informou, integradas de forma articulada.

Com a crescente demanda, destacou Zimmermann, o país precisa continuar investindo. Ele afirmou que o governo destinará R$ 40 bilhões até o fim de 2010 e argumentou que o Brasil investe prioritariamente em hidrelétricas devido à durabilidade da instalação, que ultrapassa os 100 anos, segundo informou. As termelétricas(1), usuais na Europa, têm durabilidade de 40 anos, em média.
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