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PT pede para TRE abrir processo contra Arruda por crime de responsabilidade

Folha Online

A bancada do PT na Câmara Legislativa do Distrito Federal vai protocolar nesta terça-feira um denúncia no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do DF por crime eleitoral e pedir a abertura de um processo de investigação por crime de responsabilidade contra o governador José Roberto Arruda (DEM). Ele é acusado de participar de esquema de pagamento de propina a parlamentares da base aliada.

A investigação por crime de responsabilidade pode resultar no impeachment de Arruda. Segundo o regimento interno da Câmara local, o pedido tem que ser aprovado em plenário com o voto favorável de 16 dos 24 parlamentares.

O PT também decidiu entrar com representações por quebra de decoro parlamentar contra os cinco deputados distritais envolvidos na operação da Polícia Federal Caixa de Pandora que investiga o suposto esquema e a criação de uma CPI.

A bancada petista ainda estuda pedir uma intervenção federal para acompanhar as investigações na Casa. A alternativa seria a entrada da Procuradoria Geral da República no caso ou do Ministério Público Federal.

"Com quase um terço dos deputados citados, essa seria a melhor forma de assegurar uma investigação isenta", disse a líder do PT na Câmara Legislativa, deputada Erika Kokay.

Denúncias

A Folha teve acesso a vários DVDs, entre os quais um que mostra Arruda recebendo dinheiro. O vídeo foi feito pelo então presidente da Codeplan (empresa do DF), Durval Barbosa --que era, até sexta-feira (27), secretário de Relações Institucionais de Arruda.

O secretário de Ordem Pública do DF, Roberto Giffoni, nega que o dinheiro seja propina. Em nota, Arruda e o vice-governador do DF, Paulo Octavio, negaram envolvimento no suposto esquema de mensalão na Câmara Legislativa local.

O dinheiro recebido por Arruda, segundo Giffoni, seria uma contribuição legal de campanha eleitoral para a compra de panetones.

Barbosa usou escuta ambiental e câmera escondida para flagrar as supostas negociações de Arruda e outros integrantes do Governo do Distrito Federal. Como Barbosa responde a uma série de acusações na Justiça, aceitou realizar as gravações com equipamentos da Polícia Federal em troca do benefício da delação premiada.

De acordo com despacho do ministro Fernando Gonçalves, que preside o caso no STJ (Superior Tribunal de Justiça), uma das gravações de Barbosa mostraria Arruda oferecendo R$ 400 mil para a base aliada. Em outro trecho, Arruda teria ofertado outros R$ 200 mil para o mesmo destino --a base aliada. A PF investiga o objetivo do suposto mensalinho pago por Arruda a aliados.
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