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Notícias / Educação

Unic duvida de falsificadores e descarta fraude no vestibular

Da Redação - Jardel Arruda

O diretor regional da Unic (Universidade de Cuiabá) em Mato Grosso, Orlando Alves Junior, desconfia que as declarações dos cinco detidos pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) que alegaram ter sidos contratados para fraudar o vestibular de Medicina da universidade sejam, na verdade, um subterfúgio das reais intenções deles.

“Acho muito estranho. Isso pode ser um desvio de atenção”, comentou o diretor. O principal motivo da desconfiança se dá pelo fato de o vestibular de medicina ser o mais concorrido. É realizado em dois dias e os falsários foram presos chegando a Cuiabá apenas no segundo dia.

A prisão, segundo a Polícia Rodoviária Federal, ocorreu por volta das 5h de domingo (29), no km 387 da BR-364, entrada da capital de Mato Grosso. Os acusados portavam documentos falsos, materiais de falsificação e de escuta telefônica. Esses equipamentos supostamente seriam utilizados para fraudar a prova. Contudo, o vestibular de medicina ocorria desde sábado (28).

Até mesma a hipótese de os falsários terem sidos contratados para realizar apenas algumas matérias foi descartada porque o modelo de prova segue o modelo do Exame Nacional do Ensino Médio: interdisciplinar.

Orlando ainda garantiu que a faculdade adota as devidas medidas de proteção e zelo pela lisura do processo seletivo. Contudo ele preferiu não detalhar para evitar que quadrilhas especializadas utilizem essas informações contra a universidade.

Possíveis retaliações

Segundo Leandro Pereira de Moura, assessor jurídico da universidade, no caso de comprovada a tentativa de fraude e identificados os contratantes dos ‘serviços’, o edital do vestibular prevê a desqualificação do candidato.

Orlando Junior revelou que, inclusive, várias pessoas já foram desqualificadas em processos de seleção passados por existirem indícios de fraudes. Segundo ele, “o importante é garantir a lisura do processo”.

Sem cancelamento

Por ora, nem Orlando Junior nem Leandro de Moura consideram a possibilidade de cancelar o vestibular. Segundo eles, não há qualquer indício de que a lisura do processo foi violada. “Se houve qualquer tentativa de fraude, ela foi externa, não interna”, garantiu o diretor regional.

Contudo, Leandro alerta para o fato de que acima do edital do concurso existem as leis. “Qualquer um pode usar dos recursos que estiverem a seu alcance”, afirmou. Enquanto isso, o resultado do processo seletivo deve ser divulgado na quinta-feira (3). No total, 872 pessoas concorrem às 64 vagas do curso cujo valor atual da mensalidade é de R$ 3.400.
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