Imprimir

Notícias / Brasil

Polícia diz que 24 presos que fugiram da Polinter continuam foragidos

G1

Dos 30 presos que fugiram da carceragem da Polinter do Grajaú, na Zona Norte do Rio de Janeiro, na madrugada de domingo (29), 24 continuam foragidos. As informações são da Polícia Civil. Um dos criminosos se entregou espontaneamente nesta segunda-feira (30). Outros cinco já tinham sido recapturados.

A polícia identificou o homem que chefiou o resgate dos presos. Segundo o delegado Orlando Zaccone, coordenador da Polinter, dois plantonistas identificaram Rafael de Almeida Guerra como o autor do resgate. A foto do suspeito foi divulgada pelo delegado na tarde desta segunda.

Uma investigação foi aberta para descobrir o paradeiros dos outros presos que ainda estão foragidos. De acordo com a polícia, cerca de dez criminosos vestidos de policiais civis chegaram ao local com um homem que se fingia de preso, algemado, e renderam os dois plantonistas que estavam no local.


“Nós vamos instalar câmeras, mas a gente não pode perder de vista que essas unidades não fazem parte do sistema prisional. Elas não foram sequer construídas para custodiar presos”, disse o delegado Orlando Zaccone.

Fuga

O objetivo da quadrilha, segundo a polícia, era libertar o cunhado de Rafael de Almeida Guerra, identificado como Wellington Simões Silva, conhecido como “Rato da Mangueira”, e mais três detentos. No entanto, os outros aproveitaram a oportunidade de escapar da unidade, que tem 150 presos.


Os criminosos tentaram libertar todos os detentos, mas, segundo a assessoria da Polícia Civil, a maioria não quis deixar a Polinter.

Os cinco presos recapturados e os dois plantonistas foram levados para a 18ª DP (Praça da Bandeira), que era a central de flagrantes no domingo, para serem ouvidos.

A divisão de capturas da Polinter foi acionada e está nas ruas à procura dos foragidos. Segundo a polícia, a maioria dos presos é dos morros da Mangueira e do Jacaré, na Zona Norte da cidade.

Superlotação

Há dez anos, o estado do Rio começou um programa para acabar com a superlotação nas carceragens das delegacias. O projeto previa a construção das chamadas delegacias legais e de cadeias públicas para receber os presos. Só que em 2002, a construção das unidades prisionais parou.

Atualmente, o estado tem 11 cadeias públicas, com 5.568 presos, 312 a mais do que suportariam. O resultado é algumas delegacias com as carceragens lotadas.

No dia 23 de novembro, a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) denunciou a superlotação em 17 delegacias do estado.

De acordo com os deputados, 4 mil presos cumprem penas em celas superlotadas. As 11 casas de custódia já existentes no estado abrigam 6 mil presos. Há sete anos, o governo estadual decidiu acabar com as carceragens e construir novas casas de custódia. Em dois anos, 11 foram erguidas, com pelo menos 6 mil vagas.

No domingo (22), uma rebelião na casa de custódia Romeiro Neto, em Magé, durou sete horas e meia. O tumulto começou depois de uma tentativa de fuga. Um grupo estava com três pistolas e duas granadas. De acordo com a Polícia Militar, quatro agentes penitenciários que foram mantidos reféns.

Um agente e um detento ficaram feridos. De acordo com a polícia, o agente teria sido atingido por estilhaços de balas, mas foi atendido no local. Já o detento precisou ser levado para o Hospital Municipal de Magé. Um outro homem teria morrido no local, segundo a PM, de overdose.
A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) disse que o governo tem projetos para a construção de sete novas cadeias e que há dinheiro para as obras, o que falta é lugar.
Imprimir