Imprimir

Notícias / Carros & Motos

Brasil bate recorde na venda de automóveis e comerciais leves

G1

A indústria automobilística nacional fechou o melhor mês de novembro da história com recorde nas vendas de automóveis e comerciais leves. De acordo com dados da Federação nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), divulgados nesta terça-feira (1º), 238.504 unidades de carros foram vendidas no último mês.

O resultado é 15% menor ao de outubro, com 281.342 unidades. A redução de um mês para o outro é considerada natural pelas montadoras, pois houve antecipação de vendas nos meses anteriores, com a ameaça do fim da redução do IPI.

Os números haviam sido adiantados ao G1 nesta terça-feira por uma fonte do setor, como base nos dados do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam).

Em relação a novembro de 2008, quando o país enfrentava o pior momento da crise financeira internacional, o crescimento é de 43% das vendas. Na época, a indústria emplacou 166.279 automóveis e comercias leves.

O acumulado também é recorde. De janeiro a novembro foram emplacados 2.731.538 unidades. A expansão é de 9% em relação a igual período do ano passado, quando foram comercializados 2.487.419 carros. O volume também supera a venda total de automóveis e comerciais leves de janeiro a dezembro do ano passado, de 2.670.688 unidades.

Veículos em geral

O nível de vendas também foi recorde para o mês de novembro ao considerar automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, embora seja 14,5% menor em relação ao mês anterior. Segundo a Fenabrave os segmentos somam 251.720 unidades comercializadas em novembro, contra 294.465 em outubro.

Em relação a novembro de 2008, o aumento nas vendas no mês é de 41,4%, de 294.465 para 251.720 unidades. No acumulado, o crescimento chega a 8,44%: foram 2.848.196 emplacamentos de janeiro a novembro deste ano contra 2.626.407 de unidades no mesmo período do ano passado.

Segundo o presidente da general Motors, Jaime Ardila, entre 300 mil e 400 mil unidades correspondem ao volume conquistado pelo benefício oferecido pelo governo de redução da cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Para o presidente da GM do Brasil, a iniciativa do governo em estender a redução do imposto até março de 2010 foi positiva. “É uma medida inteligente porque dá ao mercado uma pausa para respirar”, diz.

O presidente da Fiat, Cledorvino Belini, também comemora os resultados do setor e apoia a decisão do governo em relação ao IPI. "Prorrogar até março o desconto será muito importante e não acredito que forçará a antecipação das vendas", observa Belini.

O novo recorde é comemorado pela indústria automobilística com investimentos para ampliação de produção e desenvolvimento de novos produtos. A General Motors investirá R$ 5 bilhões até 2012, já a Ford injetará R$ 4 bilhões no país até 2015. O maior investimento será da Volkswagen, de R$ 6,2 bilhões até 2014, o que inclui o patrocínio da Seleção Brasileira de Futebol. A Fiat deverá divulgar o novo ciclo de investimentos apenas em 2010, quando terminará os R$ 5 bilhões injetados a partir de 2008.

Motocicletas

O mercado que ainda sofre com a crise de crédito é o de motocicletas. O balanço da Fenabrave aponta para queda de 0,31% das vendas de motos em novembro em relação a outubro: de 132.954 para 132.538 unidades. No acumulado, o quadro é ainda mais grave, com queda de 18,57%. De janeiro a novembro deste ano foram emplacadas 1.451.273 motos, contra as 1.782.138 unidades vendidas no mesmo período de 2008.

Na comparação com o mesmo mês do ano passado houve crescimento de 6,7%, já que em novembro de 2008 todo o setor enfrentava os impactos da crise financeira mundial. Na época, foram comercializadas 124.176 motos.

Novo recorde em 2010

As montadoras acreditam que o mercado brasileiro de veículos cresça entre 3% e 6% em 2010, o que é considerado um aumento significativo, ao levar em conta o novo patamar de vendas que será atingido em 2009. De acordo com Ardila, o melhor período está previsto para o segundo semestre. “Apesar de acreditar que os juros fiquem mais altos no ano que vem, para o controle da inflação, a economia estabilizou agora e o reflexo da retomada do emprego será sentida mais para frente”, analisa.
Imprimir