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Notícias / Economia

Anglo American anuncia lucro menor e 19 mil demissões

AE

A mineradora Anglo American anunciou hoje uma queda no lucro do ano fiscal de 2008 e corte de 19 mil empregos, ou quase 11% da mão de obra, por causa da fraca perspectiva econômica, marcada por incertezas "sem precedentes". 

A mineradora divulgou lucro líquido atribuível aos acionistas de US$ 5,22 bilhões nos 12 meses até 31 de dezembro de 2008, queda de 29% em relação aos US$ 7,3 bilhões do ano anterior. O lucro excluindo itens especiais caiu 9%, para US$ 5,2 bilhões. No período, a receita da empresa caiu 7,6%, para US$ 32,96 bilhões, refletindo em parte a venda da unidade Mondi e a redução da fatia na AngloGold Ashanti, em 2007.

A divisão de metais básicos, que produz cobre, níquel, zinco e chumbo, foi a que mais prejudicou o lucro da mineradora no ano passado, em meio ao declínio dos preços e vendas e aumento de custos.

A executiva-chefe da Anglo American, Cynthia Carroll, disse que a empresa estava adotando medidas de preservação de caixa para poder sair da desaceleração em uma posição para retomar o crescimento, embora ela tenha reconhecido que a empresa tem pouca visibilidade sobre quando isso pode acontecer. "É um período muito incerto", afirmou.

A mineradora também disse que vai eliminar o dividendo de fim de ano e detalhou cortes de gastos de capital, redução de produção e informou a suspensão da recompra de ações. A empresa tem como meta cortar os gastos em US$ 2 bilhões.

A executiva-chefe afirmou que a mineradora não tem planos de investir na Fortescue Metals Group e que tem como foco desenvolver projetos internos, muitos deles com início de produção previsto para 2011. "Nosso foco é interno. Temos muita oportunidade de crescimento hoje e no futuro e nossas atenções estão voltadas para isso", disse a executiva.

Projeto Minas-Rio

A Anglo American adiou entre 12 e até 15 meses a conclusão da primeira fase do projeto de minério de ferro brasileiro Minas-Rio, em razão de atrasos na obtenção de licenças ambientais e permissões e nas negociações com proprietários de terras. A companhia agora espera que a primeira produção de minério de ferro ocorra no segundo trimestre de 2012. Em dezembro do ano passado, a mineradora já havia adiado o projeto em até 12 meses, para o fim de 2011 ou início de 2012.

A mineradora enfrentou adiamentos na obtenção de licenças e permissões, particularmente para a mina e a unidade de beneficiamento. Além disso, as negociações com proprietários de terras foram mais longas do que se esperava, o que atrasou o progresso da construção dos dutos, das linhas de transmissão e das rodovias de acesso ao Porto do Açu, no litoral Norte do Rio de Janeiro. As informações são da Dow Jones.
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