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Cristovam começa a coletar assinaturas no Senado para criar a CPI do mensalão do DEM

Folha Online

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) deu início à coleta de assinaturas para a instalação de CPI no Senado com o objetivo de investigar o mensalão do DEM no Distrito Federal. Apesar de só ter até agora o apoio de sete parlamentares, Cristovam espera ampliar o número de adesões na semana que vem para investigar a suspeita de que parlamentares do DEM na Câmara Legislativa do DF recebiam propina do esquema --que envolveria o governador do DF, José Roberto Arruda (DEM).

Oficialmente, o pedido de CPI foi protocolado para investigar repasses do governo federal ao DF --uma vez que a União é sediada em Brasília. Na prática, porém, Cristovam quer investigar as denúncias de irregularidades que envolveriam a gestão José Roberto Arruda.

Para que a CPI seja criada, Cristovam precisa do apoio de pelo menos 27 senadores. Com a proximidade do recesso parlamentar, a expectativa é que a comissão não saia do papel este ano. O próprio senador reconhece que terá dificuldades para levar a ideia em frente ainda no final de 2009.

"Alguns senadores levantaram a contradição de que não seria papel do Senado investigar, porque a Câmara Legislativa já tem um pedido de CPI. Mesmo assim, vamos continuar a busca de assinaturas", afirmou o senador.

Ex-governador do Distrito Federal, Cristovam defende o afastamento de Arruda do cargo até o final das investigações do suposto mensalão do DEM. O senador argumenta que o Distrito Federal não pode ficar "paralisado" enquanto Arruda se dedica a se defender das acusações, por isso o governador deveria sair temporariamente de suas funções.

"Seria natural que ele também se afastasse, e tentasse fazer a máquina funcionar para que a cidade não parasse, para que houvesse alívio nesse sentimento angustiante e encontrássemos caminho correto e permanente para que isso seja superado."

Acusações

O governador foi flagrado em um vídeo gravado por Durval Barbosa, ex-secretário de Relações Institucionais do DF, recebendo dinheiro. Arruda afirma que o encontro ocorreu em 2006, durante a campanha eleitoral, e que os recursos foram utilizados para compras cestas de natal e panetones à população de baixa renda.

O democrata atribui as acusações ao ex-governador do DF Joaquim Roriz (PSC), que pretende disputar o governo do Distrito Federal em 2010 e seria o adversário natural de Arruda.

Secretários do governo do DF também foram flagrados por Barbosa, assim como deputados da base governista na Câmara Legislativa do DF.

O PDT, partido de Cristovam, abandonou o governo de Arruda ao lado de outras quatro legendas que desembarcaram da gestão do DEM no Distrito Federal. Na segunda-feira, o PMDB decide se continua no governo Arruda, ou se também entrega os cargos ocupados na gestão democrata.
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