Imprimir

Notícias / Economia

IPEA avalia que quadro recessivo mundial não atingirá país no primeiro trimestre de 2009

ABr

O diretor de Estudos Setoriais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada IPEA, Márcio Wohlers, disse hoje (18) que o quadro recessivo observado nos países desenvolvidos não está posto para a economia brasileira. “A gente não pode projetar para o primeiro trimestre de 2009 o que aconteceu no trimestre terrível do final de 2008", afirmou.

Para o diretor do IPEA, não há como prever os números do PIB, mas é possível projetar que a economia não tende a entrar em rota recessiva, apesar do quadro de insegurança mundial.

“Diante das transferências sociais, do aumento de famílias nos programas Bolsa Família e Fome Zero, do adiantamento [do reajuste] do salário mínimo e das medidas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) os efeitos da crise devem ser reduzidos no país, impedindo a entrada numa rota recessiva”, destacou.

Em relação ao PAC, Wohlers argumentou que o programa tem um grau de execução, muitas vezes, aquém do desejado, por questões regulatórias e ambientais que já estão sendo resolvidas, e por isso mesmo ele tem duração quinqüenal.

“O importante é que o PAC tem fontes de financiamento e apoio do Ministério da Fazenda. É um dos aspectos positivos fundamentais anti-crise da economia brasileira”, ressaltou.

O diretor também anunciou um cenário melhor para a indústria. Para Wohlers o “dezembro dramático” de 2008 não se repetirá em 2009. Segundo ele, um dos indicativos disso é que o volume de vendas e produção de veículos leves cresceu 3,16% neste mês, em relação a dezembro de 2008, embora esteja abaixo de janeiro do ano passado, quando cresceu 7,6%. Ele também apontou o aumento de 1% no consumo de energia elétrica em comparação com dezembro.

Wohlers acredita, no entanto, em função da crise, poderá haver uma redução das exportações na área agrícola, com sua primeira queda em dez anos. O recuo está relacionado à baixa dos preços das principais commodities agrícolas exportadas pelo Brasil, cuja queda prevista é de 11%.
Imprimir