Imprimir

Notícias / Política BR

Clima é tenso entre manifestantes no DF; Câmara encerra expediente e pede reforço da PM

Folha Online

Após o tumulto entre os correligionários do governador José Roberto Arruda (DEM) e os estudantes que defendem a saída do democrata do cargo, o presidente interino da Câmara Legislativa do Distrito Federal, Cabo Patrício (PT), encerrou o expediente e pediu que todos os funcionários deixem a Casa.

O comando da Câmara local pediu o reforço do Batalhão de Choque da Polícia Militar, que pode agir a qualquer momento. O clima é tenso na Casa.

Militantes de Arruda ocupam as galerias e dizem que só deixam a Câmara se os estudantes que defendem a saída do governador também desocuparem o local.

O grupo pró-Arruda estão provocando os estudantes. Eles quebraram um caixão que tinha um boneco com a cara do governador e chamaram os estudantes para a briga.

Impeachment

A Câmara vai analisar três dos 11 pedidos de impeachment protocolados na Casa contra Arruda por crime de responsabilidade. Foram aceitos os processos apresentados pelo presidente do PT no DF, Chico Vigilante, pelo advogado Evilásio dos Santos e pela presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Estefânia Viveiros.

A Procuradoria ainda não deu parecer sobre o pedido de impeachment protocolado pela representante da OAB contra o vice-governador Paulo Octavio (DEM).

Os procuradores da Câmara utilizaram a lei 1.079 de 1950 para rejeitar oito pedidos de afastamento contra Arruda. O argumento é que não há previsão legal para que partidos e entidades apresentem pedidos de cassação.

Arruda é suspeito de participar de um esquema de pagamento de propina a parlamentares da base aliada na Câmara Legislativa do DF. O dinheiro viria de empresas que prestam serviços ao governo do DF. O governador, que foi flagrado em vídeo recebendo dinheiro, nega as acusações.

Os pedidos de impeachment serão analisados diretamente pela comissão criada nesta terça-feira pela Câmara.

Cabo Patrício afirmou que não será preciso mais que os pedidos sejam analisados pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). O petista negou que a criação da comissão seja uma manobra para retardar a análise dos processos.

"Não é protelação. A comissão especial substitui a CCJ do ponto de vista jurídico e do ponto de vista do mérito", disse.
Imprimir