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Merkel critica bonificações milionárias a executivos bancários

Folha Online

A chanceler alemã, Angela Merkel, e vários membros de seu governo criticaram duramente o previsto pagamento de bonificações milionárias correspondentes ao ano de 2008 a altos executivos bancários, em meio à crise financeira e econômica mundial.

"É incompreensível que os bancos, aos quais o Estado teve que ajudar, paguem em muitos casos enormes bonificações", afirmou Merkel em entrevista que a revista alemã "Der Spiegel".

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A chefe do governo alemão adverte que este tema será abordado durante a cúpula do Grupo dos Vinte (G20, os países mais ricos e os principais emergentes) em Londres, em abril próximo.

"O sistema de bonificações deve ser esclarecido em nível internacional e estar ligado diretamente ao êxito dos bancos", afirma a chanceler.

A Alemanha está em recessão desde o segundo trimestre de 2008 e as previsões são de que o problema persistirá durante 2009. A economia do país teve contração no quarto trimestre de 2008, com uma queda do PIB de 2,1% em relação ao trimestre anterior, provocada pela redução das exportações, segundo dados preliminares divulgados nesta sexta-feira (13) pelo Destatis (Escritório Federal de Estatísticas).

A queda é superior à prevista pelos economistas, que previam um retrocesso de 1,8%, segundo a agência Dow Jones Newswires. "É o maior retrocesso trimestral desde a reunificação", informou o Destatis em um comunicado.

Na mesma publicação, o ministro de Assuntos Exteriores alemão, Frank-Walter Steinmeier, afirma que "a perda da realidade e o cinismo de alguns diretores me surpreendem várias vezes. Os altos diretores devem ser exemplares, nos bons e nos maus tempos".

O ministro do Interior alemão, Wolfgang Schäuble, afirma na revista que o bem comum vive também da moderação do indivíduo, e que "esses excessos são expressão de uma perda da realidade e ameaçam o consenso básico desta sociedade".
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