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CPI dos Grampos quer obter dados sigilosos para pedir indiciamento de Protógenes e Dantas
Folha Online
Seis deputados da CPI das Escutas Telefônicas Clandestinas na Câmara estão em São Paulo nesta terça-feira para conversar com os juízes Ali Mazloum, do processo sobre o vazamento de informações da Operação Satiagraha, Luiz Renato Alves Pacheco de Oliveira, responsável pelos autos da Operação Chacal, e Fausto De Sanctis, que determinou as prisões da Satiagraha.
O presidente da comissão, Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), afirmou que o objetivo do encontro é pedir a quebra dos sigilos dos processos que estão na Justiça Federal. Segundo ele, os dados servirão para fundamentar os indiciamentos do delegado Protógenes Queiroz, do banqueiro Daniel Dantas e do ex-diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) Paulo Lacerda.
"[As reuniões] foram uma solicitação do relator [Nelson Pellegrino, do PT-BA], aprovada por unanimidade na CPI, no sentido de conscientizarmos os juízes federais da necessidade de compartilhamento dos dados que eles detêm nos processos para que a gente possa chegar a uma conclusão na CPI", disse Itagiba.
O primeiro encontro, no início da tarde, aconteceu com o juiz De Sanctis, da 6ª Vara da Justiça Federal. Segundo Itagiba, ele pediu que a comissão formalizasse por meio de um documento o pedido de quebra de sigilo.
"Não entendemos se é cabível nem necessário a manutenção desse sigilo por parte dele. O que nos interessa são dados relativos e vinculados com o objeto de apuração da CPI", afirmou.
No caso de Dantas, Itagiba quer obter indícios das supostas escutas ilegais cometidas por Dantas e investigadas durante a Operação Chacal.
"Para fazer indiciamento bem fundamentado nós precisamos ter acesso aos autos sob segredo de Justiça que investigam a atuação da [empresa] Kroll e de Daniel Dantas", reiterou o presidente da CPI.
Antes de a CPI ser prorrogada, o relatório final apresentado por Pellegrino havia poupado Protógenes, Lacerda e Dantas.