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Notícias / Educação

Estado cancela puxadinho em escola da zona sul de SP e vai transferir alunos

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Depois de um protesto de pais e funcionários na segunda-feira, o governo José Serra (PSDB) suspendeu ontem a reforma na escola estadual Dr. Ayres Neto, em Pedreira (zona sul de SP). A secretaria havia decidido instalar salas provisórias de madeira, na quadra da escola, para abrigar alunos de outro colégio da região, o Francisco Alves Mourão, que está com classes superlotadas e onde as crianças têm aulas em turnos de duas horas para que todos possam estudar.

Segundo a pasta, cerca de 240 estudantes da Mourão serão transferidos para outra escola, a Professor Eusébio de Paula Marcondes, a partir de amanhã. O local fica a 8 km do colégio onde as crianças estudam atualmente.

Com isso, o Mourão passará a ter apenas dois horários, acabando com o turno da fome. A secretaria promete dar o transporte entre as escolas.

A Eusébio Marcondes, que hoje atende a crianças da 5ª à 8ª série do ensino fundamental e do ensino médio, passará a ter também 3ª e 4ª séries do fundamental. Ainda segundo o governo, a escola tem capacidade para abrigar todos os alunos e não haverá salas provisórias.

Segundo funcionários da Ayres Neto --que pediram para não ser identificados--, a diretora de ensino da região Sul 1, Beatriz Muzi, foi ao local na tarde de ontem e confirmou que as obras não serão terminadas. Os funcionários também disseram que a única reforma que continuava era a da cozinha, já que os alunos estavam recebendo merenda seca --isto é, biscoitos.

"A luta agora é para que a secretaria conserte o que quebrou. Queremos saber quando eles vão tirar toda aquela madeira da quadra", contou o professor Pedro Paulo Vieira, que dá aulas no local e é diretor da Apeoesp, o sindicato de professores do Estado.

Os alunos também gostaram da novidade, já que, segundo eles, o barulho das obras atrapalhava a concentração. "Ainda bem que hoje [ontem] já não teve barulho. Só falta agora consertar os bebedouros que já tinham sido quebrados", disse um aluno da 1ª série do ensino médio.

Pais ficaram aliviados. "Com tudo lotado, o ensino piora muito. Imagina as crianças que teriam de estudar na sala de madeira, o calor? Agora só tem de reformar a cozinha", disse Maria Auxiliadora Costa e Silva, 43 anos, que tem uma filha e cinco sobrinhos estudando no local.
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