Imprimir

Notícias / Brasil

Juíza mantém presos PMs envolvidos na morte de coordenador do AfroReggae

Folha Online

A Justiça negou na quinta-feira (10) o pedido de revogação da prisão preventiva dos dois policiais militares envolvidos na morte de Evandro João da Silva, coordenador do grupo AfroReggae. Silva foi assassinado no centro do Rio em 18 de outubro, e os PMs foram acusados de não prender os autores do crime e subtrair objetos pessoais da vítima.]

O TJ (Tribunal de Justiça), que divulgou a decisão nesta sexta, informou que, na decisão, a juíza Ana Paula Barros, titular da Auditoria da Justiça Militar do Estado, afirmou que a prisão do capitão Denis Leonard Nogueira Bizarro e do cabo Marcos de Oliveira Salles deve ser mantida para garantir a ordem pública e evitar uma possível intimidação das testemunhas por parte dos acusados.

"Destaque-se, ainda, que os fatos imputados aos acusados são de extrema gravidade, sendo crimes que revelam uma inversão total dos valores ensinados na formação de um policial militar, o que também justifica a custódia cautelar como garantia dos princípios da hierarquia e disciplina", disse a juíza.

No próximo dia 17, a juíza deve ouvir as testemunhas de defesa dos policiais.

Acusação

O coordenador social do AfroReggae foi baleado na madrugada de 18 de outubro na esquina das ruas do Ouvidor e do Carmo, na região central da cidade, quando seguia para uma casa noturna. Dois suspeitos pelo crime foram presos e indiciados pela Polícia Civil.

No dia 17 de novembro, a Justiça aceitou a denúncia (acusação formal) contra os PMs envolvidos no caso. Segundo a acusação, os policiais, em serviço no momento do crime, não prenderam os suspeitos Reginaldo Martins da Silva e Rui Mário Mauricio de Macedo para ficar com os bens roubados e por comodismo. Os dois, portanto, deixaram de praticar voluntariamente um ato de ofício.

O capitão Bizarro também foi denunciado por falsidade ideológica por ter omitido, em documento público, "declaração que dele deveria constar, com o fim de alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante, atentando contra a administração e o serviço militar, ao deixar de inserir no livro de Parte Diária de Serviço de Supervisão informação acerca dos bens apreendidos no local dos fatos em poder dos suspeitos de praticar crime, bem como sobre a abordagem de tais suspeitos, informando apenas que havia ocorrido um crime homicídio na rua do Carmo".
Imprimir