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Decoração de Natal em Cuiabá regionaliza e divide opinião pública

Da Redação - Sabrina Gahyva

A idéia até que foi boa: regionalizar símbolos natalinos e fomentar a educação ambiental. Porém, a decoração de Natal de Cuiabá deste ano está gerando polêmica e dividindo a opinião pública. Os enfeites elaborados essencialmente com garrafas pet e chita estão distribuídos em16 pontos da capital e causam reações que vão de surpresa à estranhamento.

Segundo a responsável pela conceituação do projeto, a primeira dama, arquiteta Adriana Bussiki, foram utilizadas aproximadamente 36 mil garrafas pet para a confecção das velas, árvores, papai noel e caixas de presente gigantes. Para reunir o montante de garrafas foi realizado um concurso de coleta do material nas escolas municipais de Cuiabá. De acordo com Bussiki, 70 mil garrafas foram entregues pela população.

“Foi um projeto abrangente. Dividimos tudo por secretaria. A população atendida pelos projetos de assistência social da prefeitura foram contratados para fazer os enfeites. Trabalharam durante dois meses”, conta a arquiteta. “Tivemos preocupação com o meio ambiente”, enfatiza.

Ambientalmente a decoração também gera controvérsia. Se de um lado a idéia foi bem sucedida coletando e reutilizando plástico, do outro, erra pela utilização de lâmpadas incandescentes e não as econômicas fluorescentes.

Nas ruas, as avaliações não são muito empolgantes. “Achei meio retro-ribeirinho. Talvez brega. Estranho outrora. Faltaram formas natalinas e cores fortes”, opinou o publicitário Guilherme Pirajá que se considera um “Cristão maltrapilho, sem representações ou imagens ilustrativas”.

O professor Anderson Moura partilha da crítica definindo a decoração de “fraquinha”, mas leva em conta o valor ambiental. “Em momentos de preocupação ambiental enquanto menos lâmpada melhor”, disse.

A arquiteta Isis Magalhães gostou da decoração e comparou o “clima” de Natal 2009 com anos anteriores. “Gostei das composições, mas senti que as decorações de Natal como um todo diminuíram muito na cidade. Antes víamos lojas, casas e praças repletas de enfeites. Este ano o clima natalino está demorando para chegar”.

Indagada sobre os motivos desse esfriamento, Isis encerra o assunto, esquece da estética e dirige-se a transição de valores sociais. “Acho que as pessoas mudaram. Na minha casa por exemplo minha mãe sempre enfeitou tudo. Este ano ela está viajando muito e ninguém montou nem árvore de Natal. Estamos todos concentrados em nossos trabalhos, cegos com nossas preocupações”, afirmou.

O valor gasto na decoração de Natal em Cuiabá não foi divulgado pela arquiteta Adriana Bussiki. Ela explicou que não houve orçamento pré-definido e que “cada secretaria ajudou com o que podia”.
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