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Em segredo, acusador de Arruda depõe em São Paulo

Folha de S.Paulo

Durval Barbosa, o ex-secretário do Distrito Federal que delatou o suposto mensalão do DEM, prestou depoimentos a procuradores da República na cidade de São Paulo nas últimas duas semanas. Ele foi retirado de Brasília por motivos de segurança.

Sob sigilo, Barbosa deu início aos testemunhos no prédio da Procuradoria Regional da República da 3ª Região, em uma sala de reuniões cedida aos membros da Procuradoria-Geral da República --órgão da cúpula do Ministério Público-- responsáveis pelo caso. A sala fica no quinto andar do edifício, no mesmo piso onde está o gabinete da procuradora-chefe.

A escolha do local ocorreu para assegurar a integridade física do ex-secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal e das autoridades.

Os interrogatórios a que ele foi submetido têm relação com os fatos apontados na Operação Caixa de Pandora da Polícia Federal, deflagrada em 27 de novembro. Gravações de vídeo e relatos de Barbosa formaram a base inicial da operação. Meses atrás, em troca de redução de pena, ele fez um acordo de delação premiada com o Ministério Público e flagrou supostos pagamentos de propina à base aliada do governador José Roberto Arruda (sem partido) na Câmara Legislativa do DF. Arruda nega os crimes.

Agora, os depoimentos de Barbosa servem para ajudar os procuradores da República a analisar o grande volume de material apreendido no dia da deflagração da operação.

Na ocasião foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão em Goiânia, Belo Horizonte e Brasília. Nesta última a PF recolheu documentos nas casas e em gabinetes de secretários do governo e de deputados distritais, e em um anexo na casa oficial de Arruda.

Barbosa foi visto na Procuradoria aparentando calma e vestindo camisa polo e calça jeans. Delegado aposentado da Polícia Civil, ele responde a 32 procedimentos policiais.
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