Imprimir

Notícias / Política BR

Sites vendem “kit espião” para derrubar políticos

R7

A gravação de imagens com câmeras ocultas que colocou o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, na corda bamba é mais comum do que se pensa. Na internet, além de sites de espionagem tradicional, detetives vendem pacotes específicos para espionar políticos.

Com R$ 120 mil, é possível levantar provas contra adversários e descobrir informações como lavagem de dinheiro, compra de votos etc. É o que disse ao R7 o detetive César, que não revela o nome dizendo que sua profissão exige o anonimato.

César contou ainda que os próprios políticos levam os detetives aos gabinetes ou às salas de reuniões onde serão instaladas microcâmeras e outros equipamentos para monitorar o que acontece lá dentro.

- Ele mesmo coloca a gente ali. O político chega e fala: ele é técnico em telefonia, e coloca a gente lá. Nós não invadimos lugar nenhum.

O detetive fez questão de frisar que não trabalha com grampo ilegal. Ele explicou que os preços variam de acordo com o pacote, e cobra cerca de R$ 5 mil quando o serviço é “simples”, como confirmar que uma a pessoa é “laranja”, ou seja, serve de fachada para algum negócio e não tem condições de possuir bens.

- Comprovamos e aí o político entra com uma ação e pede quebra do sigilo bancário do laranja.

Tony, outro detetive especializado neste tipo de investigação, cobra um pouco mais caro. Ele disse que a eficácia do seu trabalho pode custar até R$ 120 mil e pode levar até 60 dias para concluir um caso de corrupção política.

Tony contou ao R7 que já investigou deputados estaduais e federais, vereadores e prefeitos no interior de São Paulo, Mato Grosso e Brasília.

- Só não fizemos para presidente.

E confessou estar otimista com o ano eleitoral.

Advogados colocam sob suspeita esse tipo de investigação. Silvio Salata, presidente da Comissão do Direito Político e Eleitoral da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil), disse que é ato ilícito investigar tais locais com câmeras ocultas sem o conhecimento dos envolvidos. Para ele, fere os direitos de privacidade e intimidade garantidos pela Constituição.

Augusto Marcacini, o presidente da Comissão de Informática Jurídica da OAB –SP, ressaltou que não vê como ato ilícito a gravação de uma conversa feita por um dos participantes.
Imprimir